Curitiba Evitar os juros. Essa é a orientação de economistas e consultores de finanças pessoais para quem vai às compras. Guardar dinheiro para comprar a vista normalmente rende ao cliente um bom desconto ou, pelo menos, a garantia de pagar apenas o preço do produto. Mas para quem não pode esperar, ou não consegue guardar dinheiro, a recomendação é ampliar o trabalho de pesquisa e avaliar qual é a melhor opção de financiamento. Um levantamento feito pela Associação Nacional dos Executivos de Finanças e Contadores (Anefac) mostra que a taxa de juros para parcelamento de uma conta pode variar de 2% ao mês (no caso das linhas de microcrédito) a até 11,87% (taxa média oferecida pelas financeiras).
"O crédito no Brasil ainda é muito caro. Entretanto, nos casos em que não dá para evitar, só uma boa pesquisa pode garantir economia, já que a variação é muito grande", sugere o vice-presidente da Anefac e coordenador da pesquisa, Miguel Ribeiro de Oliveira. Segundo o levantamento feito em maio, o juro médio cobrado nos empréstimos pessoais feito em financeiras é a opção mais cara: 11,87%. Já no caso do empréstimo pessoal feito diretamente nos bancos, a média cai para 5,81%. No mesmo período, a taxa média do cheque especial ficou em 8,22% e do cartão de crédito, 10,26%.
As melhores opções atualmente, segundo Oliveira, são as chamadas linhas de crédito especiais. O microcrédito, por exemplo, tem limite de juros de 2% ao mês. "Mas há também um teto, de R$ 700, para o valor solicitado, por isso não serve para todos os casos", explica. Outra opção são os empréstimos consignados, ou seja, com desconto em folha de pagamento, oferecidos para aposentados, pensionistas e servidores públicos. Segundo o levantamento da Anefac, nesse caso os juros variam entre 1,5% e 3,5%. "Não só pra compras, mas principalmente para quem está com dívida no cheque especial ou no cartão de crédito, é uma boa alternativa." Uma terceira opção considerada "barata"pelo vice-presidente é o penhor de jóias da Caixa Econômica Federal. "Como a jóia fica como garantia, a taxa pode ser menor, na média, 2,95%", explica.
Além do próprio juro, o economista Hugo Meza lembra que é preciso colocar no papel também outras taxas envolvidas em uma operação de crédito na hora da compra. "Existem taxas de abertura de crédito e de boleto bancário, por exemplo", lembra. "Além disso, a pessoa precisa pensar nos ônus do não pagamento. Normalmente o atraso de uma conta dessas tem um alto juro", completa. Mesmo assim, em alguns casos vale trocar uma dívida de cartão de crédito por outra com taxa de juro menor.



