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Dilma discorda de Lula e diz que Joaquim Levy “fica onde está”

Presidente chama ministro de “grande servidor público” ao tentar pôr fim às especulações sobre uma possível troca no comando da Fazenda

Dilma afirmou que “é fundamental que se aprove a CPMF”. | Ricardo Stuckert Filho/Agência Brasil
Dilma afirmou que “é fundamental que se aprove a CPMF”. (Foto: Ricardo Stuckert Filho/Agência Brasil)

Para colocar um fim nas especulações sobre o Ministério da Fazenda, a presidente Dilma Rousseff afirmou nesta segunda-feira (16) que o ministro Joaquim Levy “fica onde está”. Nos últimos dias, os mercados estiveram agitados sob rumores de que o ministro poderia deixar o cargo e ser substituído pelo ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.

“Eu considero o ministro Levy sobretudo um grande servidor público. Ele tem compromisso com o país, com a estabilidade do país. Acho extremamente nocivas as especulações, o que me obriga a vir sistematicamente a público para reforçar que Joaquim Levy fica onde está”, afirmou a presidente, pouco antes de deixar a Cúpula do G20, a caminho do aeroporto de Antália, na Turquia, de onde seguiu para o Brasil.

Os boatos sobre a saída de Levy se devem em boa medida às críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula Silva, que teria dito que o ministro tinha “prazo de validade” no cargo. Mas Dilma deixou claro que discorda da avaliação dele. “Não concordo. Não só gosto muito do presidente Lula, como é público e notório, como o respeito, mas não concordo, e não temos de concordar sobre tudo. Até porque somos adultos, mesmo considerando que, no geral, a gente concorda quanto ao país”, afirmou a presidente, sobre as críticas de Lula.

Dilma voltou a insistir na importância da aprovação da CPMF, que considera fundamental para estabilizar a economia do país e criar as condições para acelerar o processo de saída da crise. Esta é uma das principais medidas da pauta que o xerife da pasta vem tentando aprovar nos últimos meses para promover o ajuste fiscal e buscar a retomada do crescimento do país. “É fundamental que se aprove a CPMF. Acredito que muitos que, como eu, antes eram contra aumentar impostos, entendem hoje que esse aumento não é para se gastar mais. É para crescer mais”, afirmou.

Conversa

Interlocutores da presidente informaram que Dilma e Levy conversaram durante a reunião do G-20 e conseguiram “falar a mesma língua”. O resultado desse diálogo foi a manifestação pública de apreço de Dilma. “Foi uma operação da reaproximação bem-sucedida”, disse uma fonte do Palácio do Planalto.

Antes de embarcar para a Turquia, Levy havia reclamado para pessoas próximas dos ataques do PT e disse que só estava indo à reunião do G-20 para preservar a imagem do Brasil, indicando seu desconforto no cargo. No entanto, ao longo do fim de semana, o clima melhorou e isso foi atribuído por integrantes do governo à conversa do ministro com Dilma.

Nessa conversa, Levy teria cobrado da presidente maior apoio para conseguir conduzir a economia e aprovar no Congresso as medidas do ajuste fiscal. Interlocutores do ministro asseguram que ele não quer deixar o cargo, mas também não quer ser abandonado, pois alega que, sem o apoio político necessário, sua credibilidade junto ao mercado e ao setor produtivo fica comprometida. “Ele quer um apoio mais enfático”, afirmou um integrante da equipe econômica.

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