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Num momento em que parte do mercado critica a atual política econômica do governo, a presidente Dilma Rousseff e seus principais auxiliares econômicos fizeram coro nesta terça-feira para reforçar o discurso de que o governo tomará todas as medidas necessárias para evitar que a inflação escape do controle.

"Não nos furtaremos a colocar em ação todas as medidas, e aí repito todas as medidas, que julgarmos necessárias e urgentes", disse Dilma durante a primeira reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) de seu governo.

Segundo ela, o governo está atento às pressões inflacionárias e o efeito das medidas já tomadas ainda não se fez sentir plenamente. A presidente disse ser compreensível que alguns tenham dúvida, mas ressaltou que "trataremos com serenidade e segurança as medidas e ações necessárias".

As declarações foram feitas uma semana depois de o Banco Central ter elevado o juro básico da economia em 0,25 ponto percentual, para 12 por cento ao ano, na terceira alta seguida este ano.

O aumento, menor do que os dois anteriores de 0,5 ponto, desagradou parte dos economistas que defendem medidas mais assertivas para segurar a inflação. A inflação acumulada em 12 meses se aproxima do teto da meta para 2011, de 6,5 por cento.

Dilma foi precedida pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que assegurou que as medidas tomadas até agora, incluindo as macroprudenciais para conter a expansão do crédito e os cortes nos gastos do governo estão surtindo efeito.

Para sustentar suas afirmações, Mantega informou --pouco antes do anúncio formal pelo Tesouro Nacional-- que o governo central obteve um superávit primário de 9,1 bilhões de reais em março. No primeiro trimestre, o resultado primário foi superavitário em 25,9 bilhões de reais, o equivalente a 2,77 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) .

"Os ajustes que governo está fazendo permitem o crescimento sustentável com inflação sob controle e solidez fiscal", disse Mantega, prevendo que o país cumprirá facilmente a meta de superávit primário em 2011, de 3 por cento do PIB.

Esse conjunto permitirá que o PIB brasileiro tenha crescimento médio anual de cerca de 5 por cento nos próximos anos, disse o ministro, minutos antes de o presidente do BC, Alexandre Tombini, afirmar que o esforço do governo para trazer a inflação ao centro da meta pode exigir passos adicionais.

"A questão da inflação vai requerer um esforço prolongado", afirmou Tombini .

Segundo ele, há sinais de que as medidas macroprudenciais para moderar a entrada de capital no país tem funcionado, e isso vai dar mais tração para a política monetária, já que isso aperta as condições financeiras no mercado local.

No início do mês, o governo ampliou, de um para dois anos, o prazo das captações externas feitas por empresas brasileiras sujeitas a taxação adicional de IOF.

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