Discurso do presidente do banco central americano derruba bolsas e sobe o dólar

• 0

As declarações do presidente do Federal Reserve (Banco Central americano), Ben Bernanke, nesta terça-feira, na África do Sul, fizeram com que as bolsas de todo o mundo, inclusive a do Brasil, ampliassem o movimento de queda. O dólar subia e voltou a casa de R$ 1,94 pela primeira vez desde a quarta-feira passada. Bernanke previu um crescimento moderado da economia dos Estados Unidos, mas voltou a advertir para os riscos inflacionários.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) já começou a terça-feira em baixa com os investidores cautelosos em relação ao mercado chinês e aguardando a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros da economia brasileira, prevista para esta quarta-feira. Após o discurso de Bernanke, no fim da manhã, no entanto, a baixa foi acentuada seguindo também o comportamento da Bolsa de Nova York.

Às 13h35, o Ibovespa, principal indicador do mercado acionário brasileiro, caía 0,86%, para os 52.787 pontos, depois de ter registrado queda de mais de 1% momentos antes. O volume financeiro era de R$ 2,096 bilhões. O dólar subia 0,78%, para R$ 1,942. Na segunda-feira, a moeda já tinha subido mais de 1%. No mesmo horário, o índice americano Dow Jones caía 0,74%.

Segundo o economista Álvaro Bandeira, da Ágora Corretora, ainda há volatilidade nos mercados, mas está que menor do que no dia anterior, quando os investidores aproveitaram a queda da bolsa da China para realizar lucros, vendendo seus papéis. Bandeira considerou o discurso de Bernanke positivo, apesar do presidente do Fed ter alertado para o aumento de preços nos Estados Unidos ( ouça a análise do economista ). Ele lembrou ainda que a produção industrial brasileira, que caiu 0,1% , foi uma notícia ruim para o mercado.

Na segunda-feira, a Bolsa de Xangai despencou 8,3% e e influenciou todos os mercados mundiais. Nesta terça-feira, no entanto, o mercado chinês chegou a cair 7% durante a sessão, mas fechou em alta de 2,63%.

- Existe uma participação estrangeira baixa no mercado da China, por isso não deve haver uma grande venda espalhada pelo mundo - disse Nicholas Yeo, gerente de fundos do Aberdeen Asset Management, em Hong Kong.

Na Europa, as bolsas de Londres caíam 0,32%, a de Frankfurt, 0,66%, e a de Paris, 0,60%.