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A concorrência no mercado de ensino superior curitibano, que já é grande, vai aumentar. A entrada de grupos de outros estados começou em 2004, com a chegada da paulistana Radial. O Ibmec, também do Rio, é esperado pelos profissionais do setor para os próximos anos, depois de já ter trazido seu braço de pós-graduação este ano, em parceria com o recém-criado Estação Business School. Outro nome de peso que atua em pós-graduação e pretende expandir o negócio para o ensino superior na cidade é a Fundação Getúlio Vargas (FGV).

A fragilização de grupos locais, que sofrem com a inadimplência de alunos, abre espaço para o crescimento das empresas de fora. A Radial recebeu este ano 50 alunos que saíram da Uniandrade, centro universitário no bairro Santa Quitéria que vem sendo acusado por professores de não pagar seus salários.

Para não passar pelo mesmo problema, a Radial afirma trabalhar num modelo sustentável, sem endividamento. A estratégia para entrar no mercado curitibano envolveu uma pesquisa, em que a empresa percebeu que muitas pessoas com mais de 30 anos, sem curso superior e que já trabalham, têm vontade de estudar. Mas, em geral, não querem estar num ambiente juvenil.

"Nossos cursos são voltados para a prática desde o primeiro ano", diz o diretor geral, Carlos Guisasola. A matrícula de 1,1 mil alunos foi considerada bem sucedida e o foco neste público alvo também está sendo adotado na sede, em São Paulo. A empresa vai investir R$ 4 milhões nos próximos três anos. O primeiro passo é a abertura de outra sede na região central no ano que vem ou em 2008. Outra tática para agradar o público curitibano (ou parte dele) é o patrocínio do time de futebol Coritiba.

O presidente do sindicato que reúne escolas particulares, José Manoel Caron Jr., acredita que a cidade tenha demanda para cursos de mensalidade mais alta, mas que seria difícil "arrancar" os alunos de escolas tradicionais. "As empresas podem vir e não dar certo, porque o público está bem atendido", diz.

Com atuação no Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais, o Ibmec formou parceria com o Estação Business School este ano para oferecer, além de MBA, o CBA, voltado para recém-formados. "Essa era uma carência do mercado, que mistura jovens de 22 anos com pessoas experientes de 45", avalia o diretor da escola, Judas Tadeu Mendes.

Outra esperada para o Paraná é a FGV, que oferece graduação e especializações em São Paulo. A empresa confirma a intenção mas não tem previsão de abertura de nenhuma nova escola aqui.

Para o diretor da universidade carioca Cândido Mendes, André Mendes, os grandes grupos deveriam repensar suas expectativas para o mercado curitibano, que ele considera extremamente competitivo. Em 2004, a universidade ofereceu cinco cursos de especialização em Curitiba, que tiveram 20% de abandono. "Queríamos sentir o mercado para decidir sobre a abertura da graduação", diz. A empresa foi convidada pelo grupo Frischmann’s para formar uma parceria, mas preferiu não arriscar. "A inadimplência é muito grande em todo o país. Quem quiser investir deve ir para o interior."

A faculdade Pitágoras também abandonou as operações em Curitiba em 2004, quando vendeu sua estrutura para a Radial. "Mas foi uma decisão estratégica, não porque não deu certo", afirma a assessora de comunicação Anna Costa.

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