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Setor elétrico

Distribuidoras terão custos menores em 2015

Distribuição das cotas de energia mais barata e entrada em vigor das bandeiras tarifárias prometem aliviar pressão sobre as empresas

Reajuste de 46,14% vai afetar o caixa das empresas que recebem cotas de energia da usina de Itaipu | Christian Rizzi/Agência de Notícias Gazeta do Povo
Reajuste de 46,14% vai afetar o caixa das empresas que recebem cotas de energia da usina de Itaipu (Foto: Christian Rizzi/Agência de Notícias Gazeta do Povo)

O ano de 2015 será de desafios para as distribuidoras de energia elétrica do Brasil, diante de gastos bilionários com os quais ainda terão de arcar com a eletricidade no mercado de curto prazo, mas a perspectiva é de menores gastos em relação a 2014, quando o setor teve de recorrer a empréstimos bancários para fechar suas contas.

Em 2014, as distribuidoras de energia tiveram que arcar com fortes custos de energia no curto prazo, relacionados à descontratação e geração termelétrica, e o governo federal intermediou dois empréstimos –de 11,2 bilhões e 6,6 bilhões de reais – com bancos para evitar inadimplência dessas companhias.

Para o ano que vem, os gastos com descontratação tendem a ser reduzidos, já que a exposição ao mercado de curto prazo é menor e as bandeiras tarifárias ajudarão a aliviar o fluxo de caixa das distribuidoras, com o repasse imediato ao consumidor dos custos com energia mais cara das térmicas. A redução em 50% no patamar máximo do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que serve de base para os cálculos de custo de energia de curto prazo, também diminui a perspectiva de gastos.

Além disso, o segmento está na expectativa de que o quarto ciclo de revisão tarifária, que começa a se aplicado a partir do ano que vem, possa ser mais favorável às distribuidoras.

Nas revisões tarifárias, que ocorrem a cada quatro anos, há uma atualização nos valores de receita necessária para cobertura de custos operacionais eficientes e remuneração adequada dos investimentos realizados pelas companhias. "(Será) um ano ainda difícil na gestão financeira de curto prazo, mas com expectativas de melhoria, em especial com a consolidação da audiência pública que trata das metodologias de revisão tarifária das distribuidoras", disse o diretor da associação que representa o setor, a Abradee, Marco Delgado.

Mais de 4 gigawatts (GW) médios em contratos de energia das distribuidoras terminam ao final deste ano, indicando um volume grande de energia que essas empresas teriam que recontratar para o ano que vem, em um momento de menor oferta e maior preço de energia.

"Ainda estamos apurando, mas a ordem de grandeza (da descontratação) é entre 2 GW a 2,5 GW médios no primeiro semestre e condições equilibradas no segundo semestre", disse Delgado.

Alívio

O resultado do leilão A-1 foi positivo, na avaliação do diretor da consultoria Thymos Energia, Ricardo Savoia. Segundo ele, a distribuição das cotas de energia mais barata das concessões a vencer também colabora para reduzir o aumento na conta de energia no ano que vem. "Se não considerássemos as cotas para o mercado regulado, o impacto de aumento (da conta de energia) seria de 25 a 35%. Já quando se aloca as cotas, o reajuste fica entre de 15 a 25%", disse.

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