São Paulo (Folhapress) A dívida interna do governo federal em títulos públicos deve atingir entre R$ 1,130 trilhão e R$ 1,2 trilhão ao final deste ano, segundo o Plano Anual de Financiamento divulgado ontem pelo Tesouro Nacional. Ao final de dezembro do ano passado, a dívida alcançava R$ 979,7 bilhões. O secretário do Tesouro, Joaquim Levy, disse que o governo permanecerá com a estratégia de redução dos títulos atrelados ao câmbio e à Selic (taxa básica de juros da economia brasileira).
De acordo com o plano, a parcela da dívida atrelada ao câmbio, que fechou em 2,7% do total em 2005, pode cair para até 1% neste ano. No auge da crise provocada pela expectativa de eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, papéis cambiais chegaram a representar mais de 40% da dívida pública.
No caso dos títulos atrelados à Selic, até dezembro a participação desses papéis deve cair dos atuais 51,8% para até 39% do total. O Tesouro trabalha para substituir tanto os títulos cambiais quanto os atrelados à Selic porque sua remuneração é menos previsível do que a paga por papéis prefixados, por exemplo.
Em crises financeiras já enfrentadas pelo Brasil, o dólar disparou e obrigou o Banco Central a elevar os juros, aumentando os gastos do governo com a dívida. Levy também considera importante o governo alongar o vencimento dos títulos em circulação no mercado, com o resgate antecipado de papéis de curto prazo. O Tesouro espera elevar o prazo médio de resgate de 27,4 meses para entre 30 e 35 meses.



