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 | Marcello Casar Jr/ Agência Brasil
| Foto: Marcello Casar Jr/ Agência Brasil

A forte baixa nos preços do petróleo fizeram com que o dólar se valorizasse ante o real nesta quarta-feira (20). A cotação da moeda americana ultrapassou os R$ 4,10 pela primeira vez desde setembro do ano passado.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, se valorizou em 1,95%, a R$ 4,123 na venda. Já o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, teve alta de 1,20%, a R$ 4,104 -maior patamar desde setembro de 2015.

A alta da moeda americana refletiu o quadro de aversão a risco nos mercados globais diante de novo tombo dos preços do petróleo.

“O petróleo começou a derrubar as Bolsas ao redor do mundo; elas tiveram quedas grandes e isso fez com que o dólar subisse. Em um dia sem grandes negócios, isso fatalmente influencia rapidamente o mercado”, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Os preços do petróleo atingiram a mínima desde 2003, após a Agência Internacional de Energia, que aconselha países industrializados sobre política energética, alertar que os mercados de petróleo podem “se afogar em excesso de oferta” em 2016.

O preço da commodity vem caindo consideravelmente desde que a Arábia Saudita e seus aliados do Golfo lideraram uma mudança na política da Opep em 2014 para defender participação de mercado contra os produtores que tem custos maiores, ao invés de cortar a oferta para sustentar os preços.

Somada a essa estratégia, o Irã, grande produtor do combustível, voltou à cena comercial após as sanções comerciais do país serem retiradas. A China também aparece nessa conta, dada a preocupação do mercado com uma possível desaceleração na economia do país.

Todos esses fatores fazem com que o mercado tenha uma alta drástica na oferta de petróleo, diminuindo o preço do produto.

No Brasil, a pressão era influenciada também por incertezas sobre a estratégia do governo para enfrentar a crise econômica.

Além de preocupações com a possibilidade de que o governo possa recorrer ao afrouxamento fiscal para estimular a atividade, alguns operadores temem que o Banco Central evite aumentar os juros diante da recessão econômica.

“Nós abrimos o dia com declarações do Tombini, que deixou o mercado meio cético em relação a atuação dele no Banco Central”, disse Galhardo.

O BC brasileiro realizou na manhã desta quarta (20) mais um leilão de rolagem dos swaps cambiais que vencem em 1º de fevereiro, vendendo a oferta total de até 11,6 mil contratos. Até o momento, a autoridade monetária já rolou o equivalente a US$ 7,329 bilhões, ou cerca de 70% do lote total, que corresponde a US$ 10,431 bilhões.

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