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Em dia de liquidez reduzida em escala mundial pelo feriado norte-americano do Dia do Trabalho, o Índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) subiu 0,10% e o dólar no balcão aprofundou à tarde a desvalorização em relação ao real verificada desde cedo, na abertura dos negócios - depois de iniciar o dia em queda de 0,29% (R$ 1,7280), chegou a cair 0,52% (R$ 1,7240), para encerrar em baixa de 0,35%, a R$ 1,7270, na segunda menor cotação de fechamento do ano, superada apenas pelo valor em 4 de janeiro (R$ 1,7200). A desvalorização aqui ocorreu na contramão do mercado externo, onde o dólar subiu na comparação com o euro.

A Bovespa arranhou o terreno positivo durante a maior parte da manhã, entrou no vermelho ao longo da tarde, mas, nos minutos finais do pregão, inverteu o sinal para retomar a tendência inicial e fechar em alta de 0,10%, aos 66.747,30 pontos, girando R$ 2,3 bilhões.

A Petrobras amparou o índice, mantendo-se no azul em grande parte do pregão e foi o destaque encabeçando o maior volume negociado na Bolsa no dia e que teve ampliação até o fechamento. Até as 14h21, as ações PN da Petrobras tinham movimentado pouco mais de R$ 316 milhões. Às 16h05, o volume atingia R$ 460,8 milhões e avançava para mais de R$ 542 milhões às 17h01. Ao fechamento, o volume da Petrobras PN era superior a R$ 569 milhões.

A intensificação do volume dos papéis da estatal ao longo do dia é atribuída ao fato de que os investidores têm prazo até o dia 10 de setembro (primeira data de corte) para ter o papel em custódia. Levando em conta que a operação ocorre em D+3, hoje é o prazo para participar da oferta por causa do feriado da terça-feira no País.

A Petrobras escolheu o banco de investimento ICBC internacional para um dos coordenadores da emissão de ações da estatal. Em comunicado, o banco chinês afirmou que essa é a primeira vez que um banco de investimento chinês tem papel importante em uma grande emissão de ações fora dos mercados da China continental e de Hong Kong. Dany Rappaport, sócio da consultoria e gestora Investport, estima que a contratação do banco chinês tem por objetivo atrair fundos soberanos para a compra dos papéis da empresa brasileira.

Petrobras ON ficou entre as maiores altas da Bolsa nesta segunda-feira, com ganho de 1,93%. A lista das maiores baixas da Bolsa era puxada pela MMX ON, com queda de 1,98%. O movimento do papel ainda é considerado como uma reação ao ajuste nas carteiras dos investidores. Desde a definição da capitalização da Petrobras, os players estão removendo papéis para adicionar Petrobras ao portfólio, ponderou Julio Hegedus, da corretora InterBolsa do Brasil.

Na volta do feriado nos EUA, amanhã, os investidores internacionais podem se deparar com notícias favoráveis. Há a expectativa para que o presidente dos EUA, Barack Obama, divulgue ainda hoje seu plano para gastar pelo menos US$ 50 bilhões para expandir e renovar estradas, ferrovias e aeroportos dos Estados Unidos, em mais uma iniciativa para tentar estimular a recuperação da economia local.

Câmbio

No Brasil, a divisa norte-americana perde força em razão das expectativas de fluxo positivo, em especial, com o ingresso de recursos de estrangeiros que vão participar da capitalização da estatal no fim do mês. No exterior, o dólar se valoriza com um renovado receio do investidor quanto ao ritmo da recuperação econômica global.

O dólar pronto na BM&F fechou em queda de 0,45%, a R$ 1,7255. No balcão, a moeda norte-americana foi da máxima de R$ 1,7300 à mínima de R$ 1,7240. O giro financeiro total somou US$ 2,652 bilhões, bem abaixo da média diária de US$ 3,740 bilhões da semana passada. No segmento futuro, às16h37, o dólar para outubro 2010 caía 0,34%, a R$ 1,7355.

O BC realizou leilão de compra de dólares entre 12h e 12h10, com taxa de corte de R$ 1,7275. No exterior, o dólar subiu ante o euro, mas manteve desvalorização ante o iene. Às 16h37 (de Brasília), no mercado internacional, o dólar era cotado por 84,22 ienes, ante 84,43 ienes na sexta-feira, no fim da tarde. No mesmo horário, o euro valia US$ 1,2874, ante US$ 1,2896 na Sexta-feira.

A alta do dólar no mercado externo mostra reversão no sentimento positivo do mercado na sexta-feira, quando o bom resultado do payroll norte-americano (corte de 54 mil postos de trabalho em agosto ante estimativas dos economistas de eliminação 110 mil vagas) aliviou tensões e dispôs os investidores ao risco, com a consequente alta nas bolsas de Nova York naquele dia.

Hoje, porém, com o mercado acionário fechado em Nova York, as principais bolsas europeias mostraram altas amenas e estavam de volta às mesas de operações as especulações sobre a possibilidade de países desenvolvidos adotarem novas medidas para assegurarem que a recuperação de suas economias ocorra sem sustos. Além disso, há expectativas com relação à divulgação na quarta-feira do livro bege nos EUA - um sumário sobre as condições da economia norte-americana que servirá de base para as decisões de política monetária a serem tomadas na próxima reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc), em 21 de setembro - e com as falas do presidente Barack Obama esta semana (hoje, na quarta-feira e na sexta-feira), com vistas a anunciar estratégias econômicas de recuperação da economia.

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