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Dólar cai pelo 3.º dia, mas mercado monitora governo

A moeda norte-americana recuou 0,24 por cento, a 1,663 real na venda

Contínuos ingressos de recursos ampararam a terceira queda seguida do dólar ante o real nesta terça-feira, embora a expectativa por medidas sobre o câmbio tenham impedido uma baixa mais acentuada.

A moeda norte-americana recuou 0,24 por cento, a 1,663 real na venda.

"Nosso mercado continua recebendo entradas de capital. Isso faz com que o dólar caia aqui", comentou Julio Hegedus, economista-chefe da Interbolsa do Brasil.

Segundo números mais recentes do BC, o fluxo cambial nas duas primeiras semanas de março ficou positivo em 7,429 bilhões de dólares. Considerando o ano, o superávit é ainda maior: 30,361 bilhões de dólares. Na quarta, o BC divulga dados atualizados.

Profissionais atribuem tais números principalmente à elevada taxa de juros --11,75 por cento ao ano-- e à estabilidade econômica brasileira.

A menor apreensão com os impactos econômicos do desastre que se abateu sobre o Japão também esteve na pauta, de acordo com Hegedus, citando a relativa "tranquilidade" nos mercados financeiros globais.

Apesar de as bolsas de valores em Nova York registrarem leve queda, o índice de volatilidade da CBOE --termômetro do nervosismo de Wall Street-- caía e aproximava-se dos níveis observados antes do terremoto no Japão e da turbulência no mundo árabe.

Ante uma cesta de moedas, o dólar operava praticamente estável, perdendo valor ante o iene e a libra esterlina. O euro era negociado perto do fechamento da véspera.

Para Victor Asdourian, operador de câmbio da Hencorp Commcor Corretora, a queda da moeda norte-americana só não foi maior porque o mercado ainda está na defensiva quanto à possibilidade de o governo anunciar medidas sobre o câmbio.

"O mercado está de olho", resumiu Asdourian, mesmo após fontes dizerem que, por ora, as autoridades decidiram abandonar o anúncio de ações para conter a recente escalada do real devido às incertezas provocadas pelo desastre no Japão.

Mas nesta sessão, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, disse que a autoridade monetária continuará agindo para evitar problemas decorrentes de excesso de capital, visando coibir desequilíbrios no câmbio .

"Continuamos apostando que o dólar oscilará entre 1,65 real e 1,75 real. O governo continua com um discurso contra a apreciação do real e parece pronto para anunciar uma série de novas medidas para controlar os ganhos da moeda local", afirmaram os analistas do Barclays Capital, em relatório.

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