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Bolsa registrou a sexta alta consecutiva da moeda americana, que atingiu seu maior valor desde 20 de abril de 2005 | Carlos Severo/Fotos Públicas.
Bolsa registrou a sexta alta consecutiva da moeda americana, que atingiu seu maior valor desde 20 de abril de 2005| Foto: Carlos Severo/Fotos Públicas.

A ata da última reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) divulgada nesta quinta-feira (6) ampliou a cautela dos investidores em relação à economia brasileira e repercutiu negativamente no mercado financeiro, levando o dólar ao maior nível em nove anos e o principal índice da BM&FBovespa a uma queda de quase 2%.

Na avaliação de economistas e analistas consultados pela reportagem, o documento sinalizou que o recente aumento na taxa básica de juros - a Selic - para 11,25% ao ano foi balizado pela forte desvalorização do real em relação ao dólar. Apesar disso, dizem, não houve na ata detalhes mais precisos que pudessem indicar um ciclo de aperto monetário mais rígido por parte da autoridade.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, subiu 1,53% sobre o real, para R$ 2,551 na venda. Foi a sexta alta consecutiva da moeda americana, que atingiu seu maior valor desde 20 de abril de 2005, quando estava em R$ 2,564. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, fechou em alta de 1,86%, para R$ 2,562 - cotação mais alta desde 21 de abril de 2005, quando estava em R$ 2,563.

Na Bolsa, o Ibovespa, principal índice de ações nacional, encerrou o dia com perda de 1,98%, para 52.637 pontos. Foi o segundo dia de queda consecutivo do indicador.

Expectativas

As incertezas sobre a composição da equipe econômica do governo para os próximos anos, segundo analistas, também contribuíram para o clima de maior aversão ao risco entre os investidores nesta quinta-feira.

A principal crítica é em relação à falta de informações suficientes para que sejam geradas projeções econômicas confiáveis.

"É igual a andar de bicicleta: quando você para de pedalar, cai. Os agentes econômicos precisam de informações para poder embasar suas expectativas. Precisam de um norte. Não estou falando que o governo tem que tomar essa ou aquela decisão, mas, sim, que ele tem que sinalizar para o mercado para onde pretende caminhar", diz Marcio Cardoso, sócio-diretor da Easynvest.

Mercados

No câmbio, as intervenções programadas do Banco Central não conseguiram frear a alta da moeda americana. O BC promoveu um leilão de 4.000 contratos de swap cambial (operação que equivale a uma venda futura de dólares), pelo total de US$ 198,4 milhões.

A autoridade também realizou um novo leilão para dar sequência ao processo de rolagem dos contratos de swap cambial que vencem em 1º de dezembro de 2014. O BC vendeu 9.000 contratos nessa operação, por US$ 439,9 milhões. Até o momento, a autoridade já rolou cerca de 13% do lote total com prazo para o primeiro dia do mês que vem, que equivale a US$ 9,831 bilhões.

Se mantiver esse ritmo até o penúltimo pregão do mês e vender a oferta integral sempre, como tem feito, a autoridade monetária vai rolar cerca de 80% do lote de dezembro.

Estatais e bancos

Na Bolsa, as ações de estatais ajudaram a sustentar a queda do Ibovespa. Os papéis preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras perderam 2,36%, a R$ 14,06, enquanto os ordinários (com direito a voto) da Eletrobras recuaram 3%, a R$ 5,82 cada um.

O setor financeiro, segmento com o maior peso dentro do Ibovespa, também caiu. O Itaú Unibanco perdeu 3,63%, a R$ 35,55, enquanto o Banco do Brasil mostrou desvalorização de 4,23%, a R$ 25,35. Já a ação preferencial do Bradesco teve queda de 2,15%, a R$ 35,95.

A Vale também viu sua ação preferencial recuar. A baixa foi de 1,93%, para R$ 20,35, na esteira da queda recente nos preços do minério de ferro na China. O país asiático é o principal destino do minério exportado pela produtora brasileira.

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