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Mercado

Dólar desafia a faixa de R$ 1,90, mesmo com intervenção do BC

Bolsa bate o 20.º recorde do ano, ultrapassando os 53 mil pontos e giro de R$ 4 milhões

Vídeo | RPC TV
Vídeo (Foto: RPC TV)

São Paulo – O dólar comercial voltou a cair ontem, 0,98%, apesar da intervenção do Banco Central e fechou o dia cotado a R$ 1,906, a menor cotação de fechamento desde 30 de outubro de 2000, quando a moeda era vendida a R$ 1,902.

Logo na abertura, a taxa cambial caiu 0,5% e no decorrer da manhã se aproximou dos R$ 1,89, quando o Banco Central anunciou, às 11h08, a realização de um leilão de compra. Em geral, esses leilões costumam ser realizados por volta das 15h30 e 15h40. A autoridade monetária adquiriu a moeda a R$ 1,9075, sem conseguir deter a derrocada das taxas. Usualmente, o banco tem comprado em torno de US$ 500 milhões toda vez realiza esses leilões.

Menos de duas horas depois, o BC voltou aos negócios, desta vez atuando nas expectativas para a taxa de câmbio. A instituição financeiro realizou um leilão de "swap reverso", uma operação equivalente a "compra de dólares", mas no mercado futuro e que tende a pressionar as cotações para cima.

Pela manhã, o governo americano divulgou as informações que deram o tom dos negócios pelo restante do dia: os dados macroeconômicos mostraram um mercado de trabalho "robusto", reforçando as expectativas de crescimento maior nos próximos trimestres, ao mesmo que mostrou uma inflação relativamente sob controle.

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subiu 2,21% e registrou o 20.º fechamento recorde somente neste ano, 53.422 pontos. A Bolsa brasileira não subiu "no vazio", para usar o jargão de operadores: teve volume financeiro, com giro de R$ 4 bilhões, bem acima da média diária. Os negócios refletiram um pacote de dados econômicos dos EUA que animaram os investidores. Somente neste ano, a Bolsa já subiu 20%.

Os recordes da Bolsa têm o efeito ambíguo de animar aumentar a apreensão dos investidores. Quanto mais sobe, mas crescem os temores de que possa corrigir com força – leia-se, cair bruscamente – em algum momento. No fim de abril, analistas mencionavam maio como o "mês histórico das realizações". Não foi isso que ocorreu e a Bovespa valorizou 6,76%.

O economista-chefe da corretora Ativa, Arthur Carvalho, acha que as projeções são tão otimistas, que a economia real não vai crescer o suficiente para entregar os resultados esperados. E vê uma correlação de risco para as Bolsas: os Bancos centrais podem querer corrigir os efeitos do excesso de liquidez. "O mundo está muito líquido [com muito dinheiro disponível] e com muita riqueza", avalia o economista, e "em todas as economias, excesso de demanda tem uma consequência: aumento de preços".

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