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Mercado financeiro

Dólar encosta nos R$ 3,90 diante de fortalecimento da economia dos EUA

Indefinições sobre a reforma da Previdência também contribuem para a valorização da moeda americana

 | Fernanda Carvalho/Fotos Públicas
(Foto: Fernanda Carvalho/Fotos Públicas)

 O dólar está se valorizando fortemente frente ao real na semana. Nesta quinta, o dólar encerrou o dia a R$ 3,885, o maior valor em dois meses. Mas no pior momento, por volta das 16h30, chegou a ser negociado a R$ 3,9018, segundo o “Valor”. O principal motivo é a percepção de que a economia americana não está tão fraca quanto de esperava. As incertezas quanto à tramitação da reforma da Previdência também tiveram influência. 

 As projeções para o desempenho da maior economia mundial voltaram a crescer. Um modelo desenvolvido pelo Federal Reserve (o BC americano) de Atlanta projeta uma expansão de 0,5% no PIB americano neste primeiro trimestre, comparativamente ao anterior. No dia 1°, essa projeção era de 0,3%. 

 Analistas apontam que a situação americana é mais robusta do que a europeia. Nesta quinta, o Banco Central Europeu decidiu manter estáveis as taxas de juro e anunciou uma nova rodada do programa de empréstimos de longo prazo para o sistema financeiro. A expectativa de crescimento nos países da zona do euro foi rebaixada de 1,7% para 1,1%. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) é mais pessimista, projetando uma expansão de 1% no PIB. 

Preocupações

 O sistema financeiro também está preocupado com o andamento da reforma previdenciária. “O mercado trabalha com confiança, e sem nenhuma notícia sobre como ficará a proposta final da Reforma da previdência, o esperado é que não haja mudanças nos mercados. Essa alta do dólar irá continuar, até que a proposta seja definida e enviada para votação, deixando assim o investidor mais tranquilo. O que também dependerá da força da reforma, uma mais branda não trará confiança para os mercados”, explica Fernando Bergallo, diretor de câmbio da FB Capital. 

 Segundo Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, o ritmo de organização da discussão no congresso ainda está lento e deve continuar a gerar preocupações. “Então o mercado pode retomar seu ritmo de alta quando a agenda do congresso for acertada.” 

 A prova de fogo do governo Bolsonaro começa nesta segunda, de acordo com a consultoria política Eurasia Group. É quando os parlamentares retornam a Brasília e começam as deliberações sobre a reforma previdenciária no Congresso. 

 Para André Perfeito, economista-chefe da Necton Investimentos, se persistir a percepção de que o presidente Jair Bolsonaro não está conseguindo organizar sua base, haverá mais ruídos no câmbio ao longo dos próximos meses. “Vale notar que o baixo crescimento econômico torna ainda ‘mais cara’ a costura política de uma reforma que tem como objetivo criar uma nova previdência, uma tarefa hercúlea em qualquer situação ou presidência”, disse.

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