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A espera pelo anúncio de mais medidas do governo sobre o câmbio ainda nesta quarta-feira fez o dólar fechar em alta ante o real, após mais cedo a cotação renovar a mínima desde agosto de 2008.

A moeda norte-americana subiu 0,31 por cento, a 1,614 real na venda. No início da tarde, a divisa chegou a recuar a 1,599 real na compra e a 1,601 real na venda.

Mas, praticamente ao mesmo tempo em que o dólar tocava as mínimas da sessão, o Ministério da Fazenda afirmou que o ministro Guido Mantega anunciará medidas cambiais às 18h30 em Brasília, o que esfriou o apetite vendedor do mercado.

"O mercado prefere se resguardar aumentando o preço do dólar agora porque dependendo da rigidez das novas medidas mais à frente (o dólar) pode ficar mais caro", afirmou Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

O anúncio do fim do dia é mais um capítulo do embate do governo na tentativa de tentar conter a valorização do real em meio à forte entrada de dólares no país.

Na semana passada, o governo impôs uma alíquota de 6 por cento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos empréstimos externos com prazo de até 360 dias.

"A impressão que eu tenho é que o mercado monitora mais as notícias de mudanças nas regras do câmbio do que propriamente fluxo, taxa de juros elevada, ou seja, as variáveis macro. Basta sair que alguma autoridade pode falar algo a respeito que os agentes correm para refazer posição", disse Jorge Knauer, diretor de tesouraria do Banco Prosper, no Rio de Janeiro.

Na tentativa de conter a derrocada do dólar, o Banco Central tem alternado desde janeiro leilões de compras à vista, a termo e no mercado futuro --via swap cambial reverso.

Nesse mesmo período, o BC impôs depósito compulsório de 60 por cento sobre a posição dos bancos que exceder 3 bilhões de dólares ou o patrimônio de referência da instituição . A exigência passou a valer neste mês.

FLUXO

As medidas ocorrem em meio ao forte ingresso de dólares. Segundo o BC, a entrada líquida de capitais no país somou 12,66 bilhões de dólares em março, terceiro mês seguido de expressivo ingresso.

Levando em conta a saída de 365 milhões de dólares no primeiro dia de abril, o saldo positivo em 2011 já soma 35,227 bilhões de dólares --45 por cento acima dos 24,354 bilhões de dólares registrados em todo o ano de 2010.

"Todo esse montante de dinheiro impressiona, ainda que o mercado de alguma forma já esperasse um forte volume", comentou Victor Asdourian, operador de câmbio da Hencorp Commcor Corretora.

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