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O dólar fechou em leve alta nesta quinta-feira, após dois dias de queda, com o mercado acreditando que o Banco Central não deixará a cotação cair abaixo de 1,70 real. Apesar de não ter atuado no mercado nesta sessão, os operadores mantém a expectativa de que a autoridade monetária poderá voltar à cena a qualquer momento.

A divisa norte-americana encerrou com valorização de 0,20 por cento, a 1,7212 real para venda. Em relação a uma cesta de moedas, o dólar recuava cerca de 0,1 por cento.

"Acabou o câmbio livre", sentenciou o diretor de câmbio da Pioneer Corretora, João Medeiros, para quem o BC pode decidir realizar uma intervenção antes de a cotação cair para o "piso informal" de 1,70 real. Ele considera que o BC pode entrar no mercado com o dólar em torno de 1,7120 real.

Desde a última sexta-feira, o BC já realizou dois leilões de compra de dólares a termo e um leilão de compra no mercado à vista. A operação mais recente foi o leilão a termo realizado nesta quarta-feira, com taxa de corte em 1,7339 real e liquidação em 21 de março.

Segundo Medeiros, a taxa de corte desse leilão sinaliza também a queda da Selic, hoje em 10,50 por cento ao ano, para menos um dígito em abril. Isso porque, segundo ele, com uma taxa básica menor, a tendência seria de reduzir a entrada de dólares no país e, deste modo, valorizar a moeda norte-americana frente ao real.

No mercado de juros futuros, as projeções apontam para duas reduções de 0,5 ponto percentual na Selic, em março e abril, quando haverá reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. "Já tem gente achando que a Selic chegará a 8,50 por cento no fim do ano", disse Medeiros.

Apesar disso, o mercado sabe que o país continua recebendo um intenso fluxo de moeda estrangeira. Segundo o operador de uma corretora, que pediu para não ser identificado, o cenário externo mais ameno neste momento corrobora para pressionar a cotação do dólar para baixo, na medida em que aumenta o apetite por risco e aumenta o fluxo de dólares para o Brasil.

Nesta quinta-feira, os líderes políticos da Grécia chegaram a um acordo com a União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre reformas exigidas em troca de um novo resgate financeiro ao país.

Nos Estados Unidos, o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego nos Estados Unidos caiu inesperadamente na semana passada, enfatizando uma firmeza do mercado de trabalho. Além disso, os dados sobre os estoques no atacado do país sugeriram que a economia recebeu um impulso maior do que o esperado no quarto trimestre.

De acordo com dados do BC, somente em janeiro, o fluxo cambial ficou positivo em 7,283 bilhões de dólares e, somente entre os dias 1o e 3 de fevereiro, o superávit já estava em 3,794 bilhões de dólares.

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