Dólar mantém queda após atuação do Banco Central

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Depois de atingir a maior cotação desde 9 de dezembro de 2008 na quarta, o dólar comercial iniciou a sessão desta quinta em queda. O Banco Central já realizou uma intervenção no mercado, através de um leilão de swap cambial tradicional. O dólar segue em queda, mas reduziu a desvalorização. Às 11h07m, o dólar comercial se desvalorizava 0,12% sendo negociado a R$ 2,446 na compra e R$ R$ 2,448 na venda, mantendo-se ainda em patamar mais elevado do que o da semana passada, quando encerrou cotado a R$ 2,39 na venda.

Ontem, o dólar comercial encerrou as negociações com alta de 2,38%, a R$ 2,4490 para compra e a R$ 2,4510 para venda. Durante o pregão, o dólar oscilou entre a mínima de R$ 2,4020 e a máxima de R$ 2,4530.

"A ata do Federal Reserve mais confundiu do que orientou o mercado sobre a data para o início da redução dos estímulos à economia. Por isso, na dúvida, o mercado saiu comprando dólares. Mas a divisão dos integrantes do Fed, sinaliza que a redução vai acontecer em breve", diz Fernando Bergallo, gerente de câmbio da corretora Tov.

Ele lembra entretanto que desde que o Fed sinaliou em maio que poderia reduzir os estímulos, os investidores já se posicionaram em relação a esse cenário.

"Isso explica a subida do dólar de R$ 2,15 para os atuais R$ 2,44. Agora se a cotação vai ficar em R$ 2,40 ou R$ 2,50, isso vai depender das notícias do dia a dia. mas o mercado já se posicionou para o início da retirada dos estímulos", avalia Bergallo.

No leilão realizado entre 10h30m e 10h40, o BC vendeu 20 mil contratos de swap cambial no total de US$ 986,4 milhões. O vencimento acontece em 1 de abril de 2014. O BC também fará um novo leilão de linha, uma espécie de empréstimo de dólares aos bancos com compromisso do BC de recompra dos recursos emprestados no futuro. O leilão de venda de dólares com recompra será de até US$ 4 bilhões.

Este é o quarto dia consecutivo de leilões de swap cambial e a segunda vez na semana que o BC oferta dólares no mercado à vista, com compromisso de recompra.

"O BC brasileiro e outros bancos centrais fazem essas intervenções, mas elas são pontuais. O dólar perde força após os leilões, mas volta a subir no momento seguinte. A tendência do dólar é de alta no mundo todo", diz Bergallo.

O Tesouro Nacional também vai fazer nesta quinta-feira uma recompra extra de papéis com juros prefixados, como Letras do Tesouro Nacional (LTNs) e Notas do Tesouro Nacional (NTNs) série F. Com a alta do dólar, as taxas desses papéis têm disparado, o que deixa os investidores desorientados e com perdas momentâneas.

O dólar disparou ontem depois da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). O documento mostrou que a instituião deverá reduzir em breve os estímulos à economia dos EUA. Com isso, os US$ 85 bilhões que são injetados a juros baixos todo mês na economia começarão a diminuir. A ata do Fed mostrou que os integrantes do Fed ficaram divididos sobre o prazo em que devem começar a reduzir o programa de compras de ativos.

Na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), o principal índice, o Ibovespa, abriu em alta expressiva embalado por números positivos vindos da China e da Europa. As ações da Vale e da Petrobras puxam a alta do Ibovespa. Às 11h07m, o índice subia 1,92% aos 51.381 pontos e volume negociado de R$ 1,4 bilhão.

As ações ON da Petrobras têm alta de 4,18% a R$ 17,20, enquanto os papéis PN sobem 3,58% a R$ 17,96, com notícias de que o governo planeja um novo aumento da gasolina para este ano. As ações PNA da Vale sobem 3,47% a R$ 32,19, embaladas pelos números positivos da China.

O índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) sobre a atividade industrial da China subiu de 47,7 pontos em julho para 50,1 pontos em agosto. É a maior leitura em quatro meses, de acordo com dados divulgados pelo instituto de pesquisas Markit Economics em parceria com o banco HSBC.

Na zona do euro, o PMI composto, que analisa dados da indústria e do setor de serviços subiu de 50,5 pontos em julho para 51,7 pontos em agosto. É o maior patamar desde junho de 2011.

Nos Estados Unidos, o índice dos gerentes de compras da atividade industrial também subiu. Saltou de de 53,7 pontos em julho para 53,9 pontos em agosto, maior nível desde março. Leituras acima de 50 pontos indicam expansão da atividade econômica, enquanto valores menores apontam contração da economia. Os principais índices americanos estão em alta: o S&P 500 sobe 0,58%; o Dow Jones tem alta de 0,24% e o Nasdaq sobe 0,80%.

O número de novos pedidos de seguro-desemprego nos Estados Unidos subiu em 13 mil na semana encerrada em 17 de agosto, para 336 mil, após ter registrado 323 mil na semana anterior. Analistas esperavam alta para 337 mil pedidos, após dados anteriores mostrarem que na semana de 10 de agosto houve queda para 320 mil.