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O mercado de câmbio doméstico encerrou com o dólar valorizado frente ao real nesta sexta-feira (16), pressionado por ajustes após as últimas baixas. A alta da moeda no cenário externo e a fraqueza das principais bolsas de valores também contribuíram para o resultado do dia.

A divisa terminou em alta de 0,47%, cotada a R$ 1,708 para a venda. No acumulado da semana, contudo, o dólar recuou 1,70% sobre o fechamento da semana passada (R$ 1,737). Em outubro, a depreciação soma 3,61%.

Segundo o gerente de negócios da Casa Paulista Assessoria Bancária, Carlos Alberto Postigo, a perda de fôlego da moeda norte-americana ao longo do dia esteve ligada à venda da moeda por parte de bancos, que aproveitaram o repique da divisa para lucrarem com cotações mais altas.

Segundo ele, também respaldou o avanço das cotações o menor apetite por risco no cenário internacional diante de resultados corporativos decepcionantes nos Estados Unidos. "O mercado lá fora hoje está ruim, o que favoreceu ajustes no dólar", considerou.

Retorno do IOF

A alta do dólar frente ao real ocorreu em meio a notícias veiculadas pelo jornal "O Estado de S. Paulo" de que o governo teria retomado discussões nesta semana sobre a volta do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre os ingressos de recursos no país.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou após evento sobre a transposição do Rio São Francisco que não há previsão de se "fazer qualquer taxação em lugar nenhum".

Já o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, preferiu não comentar "rumores" sobre a volta do imposto, e disse que a maior parte dos fluxos de entradas estão se direcionando ao mercado de ações, e não a ativos de renda fixa.

Para Alberto Ramos, analista do Goldman Sachs, "além da preocupação com o nível do real, nós acreditamos que o governo também está motivado por imperativos fiscais".

Apostas para o câmbio

No que se refere às perspectivas para o curto prazo, o analista de câmbio da BGC Liquidez, Mário Paiva, diz acreditar que a tendência do dólar ainda aponta para queda, em decorrência principalmente da expectativa de mais ingressos de recursos.

"Ele (o dólar) vai girar em torno de R$ 1,70. Se não houver nenhuma novidade lá fora com relação a uma piora das expectativas", avaliou. "Tem que ser algo muito ruim para reverter a tendência de valorização do real."

Os economistas do BNP Paribas também apostam na sustentação do avanço do real. "Mantemos nossa previsão para a moeda brasileira a R$ 1,65 por dólar face o firme fluxo na conta capital."

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