A tensão nos mercados internacionais voltou a influenciar o dólar nesta quinta-feira, que fechou em alta mesmo com a contínua entrada de recursos no país e a disparada da Petrobras na Bolsa de Valores de São Paulo.
A moeda norte-americana avançou 0,23 por cento, para 1,745 real. Em novembro, o dólar acumula alta de 0,40 por cento.
A subida do dólar nesta sessão foi definida na última meia hora de negócios, depois de um leilão de compra de dólares do Banco Central. Durante a operação, as bolsas de valores em Nova York acentuaram a queda, com baixa de mais de 3 por cento do índice Nasdaq e de mais de 1 por cento dos índices Dow Jones e S&P 500 .
A queda das ações norte-americanas ficou mais forte por causa de comentários do presidente da Cisco, líder do setor de tecnologia. O executivo afirmou que a recente crise de crédito, originada em problemas nas hipotecas de alto risco (subprime), pode estar desencorajando os gastos empresariais.
Na véspera, o dólar já havia fechado em alta -de 0,29 por cento- em meio a uma forte queda das bolsas norte-americanas.
"Parece que o buraco é mais embaixo em relação ao subprime. O mercado está com medo que possam vir coisas ainda piores, e isso pode dar uma segurada (no dólar) até por uma questão de hedge (proteção)", disse Renato Schoemberger, operador da Alpes Corretora.
A piora no mercado externo ofuscou a contínua entrada de moeda e a disparada nas ações da Petrobras . A empresa, principal componente do índice Ibovespa, subia mais de 10 por cento e chegou a puxar o índice para uma alta de quase 3 por cento durante o dia.
A alta da Petrobras foi provocada pela descoberta de uma reserva gigante de petróleo e gás.
Por causa do fluxo cambial positivo, Schoemberger acredita que a tendência do dólar continua sendo de baixa. "O mercado tem dólar na mão... (O dólar) teria uma queda mais acentuada caso lá fora estivesse com um humor um pouco melhor. A gente poderia estar trabalhando abaixo de 1,73 (real)", acrescentou.
No leilão de compra, o BC definiu taxa de corte a 1,7410 real e aceitou, segundo operadores, ao menos três propostas.
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