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O dólar voltou a ficar acima de R$ 1,62 nesta quarta-feira (10), aumentando a alta no fim da tarde em mais uma sessão de intensa volatilidade.

A moeda norte-americana fechou a 1,6275 real para venda, em alta de 2,35 por cento. Mais cedo, o dólar chegou a avançar 2,6 por cento, acima de 1,63 real.

A instabilidade internacional continuou a ditar o rumo da cotação do dólar no Brasil, mesmo que o fluxo de capitais para o país dê sinais de continuar consistente por causa da atuação de exportadores.

Na primeira semana de agosto, com os mercados globais já turbulentos por causa das preocupações com uma estagnação do crescimento econômico e com a dívida dos Estados Unidos e da Europa, o fluxo cambial no Brasil somou 3,579 bilhões de dólares líquidos, segundo dados do Banco Centra (BC). Exportadores interessados em aproveitar a alta do dólar foram os responsáveis pelo saldo positivo, confirmando a percepção de profissionais de mercado.

O canal de transmissão da volatilidade internacional para o mercado de câmbio no Brasil são os contratos futuros. Na terça-feira, os estrangeiros reduziram as posições vendidas em dólar futuro em 18,5 mil contratos, ou quase 1 bilhão de dólares, e os investidores institucionais nacionais diminuíram a exposição em 27,2 mil contratos, ou 1,4 bilhão de dólares. As posições em cupom cambial (DDI) praticamente não se alteraram.

Ao reduzir as posições vendidas em dólares, os investidores demonstram menor interesse em apostar na valorização do real. O movimento, em linha com a intenção do governo ao taxar operações com derivativos há duas semanas, também pode ser explicado por um temor maior dos investidores a respeito de uma alta do dólar, que traria prejuízo a essas posições.

"O mercado está extremamente arisco", disse o diretor de tesouraria do Banco Prosper, Jorge Knauer.

Ele aposta, no entanto, que a volatilidade tende a diminuir ao longo dos próximos dias, ecoando a avaliação dentro do BC . "Não acho que estejamos passando por uma crise do padrão que vimos em 2008, basta ter um pouco de paciência que o mercado diminui a amplitude entre a mínima e a máxima e volta a operar em um padrão normal."

O mercado local ainda se ressente, porém, do imposto sobre derivativos aplicado pelo governo. O presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, afirmou nesta quarta-feira que negocia com o governo a reversão da medida por considerá-la "ilegal", mas que as autoridades fizeram "cara de paisagem".

A taxa Ptax fechou a 1,6183 real para venda, em queda de 0,92 por cento ante terça-feira.

Mantendo o padrão de intervenção dos últimos dois dias, o BC fez um leilão de compra de dólares no mercado à vista, atuando no final do dia.

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