• Carregando...
 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O dólar subiu 6% em abril e teve a maior alta mensal desde novembro de 2016 com o temor dos investidores de altas adicionais de juros nos Estados Unidos e também com as incertezas que rondam o cenário eleitoral brasileiro. A Bolsa também fechou o mês no azul, com valorização de 0,9%.

Nesta segunda-feira (30), o dólar comercial teve alta de 1,21%, a R$ 3,505, o maior valor desde 3 de junho de 2016, quando atingiu R$ 3,527. O dólar à vista, que fecha mais cedo, subiu 0,5%, para R$ 3,485.

Já o Ibovespa, índice das ações mais negociadas, fechou a sessão em queda de 0,38%, para 86.115 pontos, com um volume negociado menor por causa do feriado de 1.º de Maio, Dia do Trabalho, nesta terça. 

LEIA MAIS: Feirão online de estágio e de emprego, FGV Talentos terá mais de mil vagas

A forte valorização do dólar em abril fez os fundos cambiais, opção para o investidor que quer aplicar em moeda estrangeira, liderarem o ranking de investimentos no mês. Esses fundos se valorizaram 5,3%, após desconto de Imposto de Renda de 15%, que incide em resgates realizados após 720 dias. 

“Houve uma diferença entre a taxa de juros nos Estados Unidos e no Brasil que ficou favorável ao mercado americano, e não ao brasileiro”, diz Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial.

Essa diferença ocorreu principalmente por causa das expectativas de que o banco central americano poderia ter que acelerar os aumentos de juros no país por uma inflação pressionada pelo preço de matérias-primas -em especial o petróleo-, que ganhou força ao longo do mês.

O cenário doméstico também influenciou a cotação da moeda americana. As primeiras pesquisas divulgadas depois da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva trouxeram na liderança Jair Bolsonaro (PSL) e Marina Silva (Rede). A falta de clareza sobre as propostas de ambos para a economia preocupa os investidores, segundo analistas.

Por causa dessas dúvidas, muitos estrangeiros que compram ações no país utilizam instrumentos de proteção cambial, como a compra de dólares ou de contratos futuros da moeda estrangeira.

“O investidor estrangeiro que está entrando aproveita o fato de a Bolsa estar barata em dólar, mas busca manter os preços dos ativos no patamar em que comprou, sem ser afetado por eventuais desvalorizações do real”, diz Figueredo.

LEIA TAMBÉM: Analistas revisam projeções de vagas com carteira assinada em 2018 para baixo

Esse movimento contribui para a valorização do dólar, mas, segundo o sócio-analista da Eleven, é responsável por apenas 30% do movimento de alta da moeda americana. “Eu vejo vantagem nesse movimento, porque, com o dólar mais forte, os ativos brasileiros ficam mais baratos sob a ótica do capital estrangeiro, o que abre a possibilidade de ter mais investimento em Bolsa”, ressaltou.

O CDS (credit default swap, espécie de termômetro de risco-país) teve alta de 2,58%, para 173,9 pontos. 

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam com sinais mistos. O DI para julho deste ano recuou de 6,246% para 6,240%. O DI para janeiro de 2019 teve alta de 6,215% para 6,230%.

Ações

O fluxo de entrada de estrangeiros contribuiu para a alta de 0,88% do Ibovespa no mês. Apesar disso, os fundos de ações indexados, alternativa para o investidor que quer aplicar em Bolsa, recuaram 0,55% em abril.

Nesta sessão, dos 64 papéis do Ibovespa, 43 caíram, 19 subiram e dois fecharam estáveis.

O mês de abril marcou a retomada dos IPOs na Bolsa brasileira. Depois de NortreDame  Intermédica, que subiu 22,7% na estreia, e HapVida (22,8%), foi a vez do Banco Inter começar a negociar seus papéis em Bolsa. Na estreia, as ações fecharam estáveis em R$ 74.

As ações da BRF lideraram as quedas do Ibovespa, com recuo de 3,58%. A Natura se desvalorizou 3,42%, e a Ultrapar perdeu 2,47%.

A Rumo encabeçou as altas, com avanço de 3,41%. A Suzano se valorizou 2,01%, a EcoRodovias teve ganho de 1,95%.

As ações da Petrobras subiram, acompanhando a alta do petróleo no exterior. Os papéis mais negociados avançaram 1,14%, para R$ 22,97. Os papéis com direito a voto tiveram valorização de 0,45%, para R$ 24,63.

A mineradora Vale subiu 0,66%, para R$ 48,67, em meio à alta dos contratos futuros de minério no exterior.

No setor financeiro, o Itaú Unibanco recuou 0,95%. As ações preferenciais do Bradesco perderam 1,54%, e as ordinárias caíram 1,94%. O Banco do Brasil teve queda de 1,74%, e as units - conjunto de ações - do Santander Brasil tiveram desvalorização de 0,29%.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]