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O dólar subiu quase 1% frente ao real nesta quarta-feira, alcançando o maior patamar em mais de um mês, com uma reavaliação no mercado internacional sobre as possíveis medidas que o Federal Reserve anunciará na semana que vem para estimular a economia dos Estados Unidos.

A moeda norte-americana teve alta de 0,94%, a 1,722 real. É o maior patamar de fechamento desde 20 de setembro.

Enquanto o mercado local encerrava as operações, o dólar subia 0,6% frente a uma cesta com as principais divisas e o euro caía 0,7%.

O consenso de que o banco central norte-americano anunciará na próxima semana medidas para estimular o crescimento da economia provocou a queda do dólar ao longo de semanas. Nos últimos dias, porém, o que se vê é a incerteza dos agentes sobre o tamanho da intervenção.

"O preço (do dólar) já estava mais ou menos dado em função do que se comentava" sobre as novas medidas do Fed, disse Jorge Lima, consultor financeiro da Previbank DTVM.

"Mas não se sabe que tipo de ação ele vai tomar. Se vai ser mais forte, se vai ser mais fraca, que intensidade vai ter", acrescentou, destacando que, após a reunião do G20 no fim de semana e o esboço de uma ação global sobre o câmbio, "o mercado está procurando um meio termo" para a ação do Fed.Posição vendida menor

Enquanto refazem as contas, os investidores têm desmontado posições vendidas em dólares no exterior e no Brasil.

De acordo com a BM&FBovespa, a posição vendida de estrangeiros na terça-feira era de 11,284 bilhões de dólares, a menor em um mês e meio.

A proximidade das eleições parlamentares nos Estados Unidos também suscita ajustes no mercado internaciona. Caso os republicanos confirmem o favoritismo e ganhem espaço na Câmara e no Senado, a política fiscal pode ficar mais austera, de acordo com o analista Richard Franulovich, da Westpac.

No Brasil, isso se soma à percepção maior de risco causada pela frequente atuação do governo no mercado de câmbio. Na semana passada, o Ministério da Fazenda elevou o imposto sobre a entrada de capital estrangeiro para renda fixa e para o depósito de margens de garantia na bolsa.

Apesar disso, analistas do Citigroup avaliam que a tendência de valorização do real permanece no longo prazo, já que as commodities devem continuar em alta e a economia global deve se recuperar após um novo estímulo pelo Fed.

"Nosso ceticismo com o impacto das medidas (de intervenção do governo no câmbio) no médio e no longo prazos nos levou a reduzir a previsão de fim de ano para o dólar a R$ 1,65 (ante 1,72 anteriormente) e a R$ 1,70 em 2011 (ante 1,80)", escreveram Marcelo Kfoury, Stephan Kautz e Leonardo Porto em relatório a clientes.

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