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Paulo Guedes diz que sai do ministério caso reforma da Previdência não seja aprovada | Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Paulo Guedes diz que sai do ministério caso reforma da Previdência não seja aprovada| Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“O mercado viveu um dia desastroso nesta quarta-feira.” A síntese é do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, após o fechamento do mercado financeiro. A Bolsa encerrou o dia em baixa de 3,57%, a 91.903 pontos. O dólar subiu 2,27%, atingindo R$ 3,954, em seu maior nível desde outubro. 

 A combinação foi motivada por uma série de fatores: a derrota do governo na terça-feira com a aprovação na Câmara da PEC que deixa o governo com mais dificuldades para determinar os gastos no Orçamento; as dificuldades para o governo encaminhar a reforma da Previdência e a declaração do ministro da Economia, Paulo Guedes, dizendo que pode sair do cargo caso a reforma da Previdência não seja aprovada. 

 “Impactou muito a desorganização do governo”, destaca Daniela Casabona, diretora da FB Wealth. 

 Outro fato que também está influenciando no mercado são as dificuldades de articulação do governo no Congresso. “Pesa também o fato de que Bolsonaro não pertence a um partido grande”, ressalta Carlos Thadeu de Freitas Gomes Filho, economista-chefe da Ativa Investimentos. 

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 Perfeito avalia que, para o mercado financeiro, “caiu a ficha” sobre a capacidade do governo em encaminhar sua principal pauta: a reforma da Previdência. 

“O governo vem se mostrando com dificuldade ou incapaz de apaziguar os ânimos. O que se espera, agora, é uma reforma da Previdência mais tímida.” A proposta de Guedes prevê uma economia de R$ 1,16 trilhão em dez anos. 

 Pesa também a disputa entre a classe política e o Judiciário, explicitada na semana passada pela prisão do ex-presidente Michel Temer 

 Para Gomes Filho, o mercado também está avaliando a queda de braço entre o presidente Jair Bolsonaro e o Congresso em relação à maneira diferente de se relacionar, sem o tradicional “toma lá, dá cá” de cargos. 

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 “O mercado passa a olhar a tramitação da reforma sendo feita de uma forma mais complexa e enxerga dificuldades na fase de tramitação”, destaca Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos. 

 O economista da Ativa aponta que, mais cedo ou mais tarde, a reforma da Previdência vai ter de sair do papel. “É uma questão matemática. Ninguém vai querer assumir o ônus da não aprovação.” 

 Segundo a consultoria política Eurasia Group, há 70% de chance de aprovação da reforma da previdência. O principal motivo é o apoio da opinião pública. “A oposição ainda não conseguiu, com sucesso, mobilizar o público contra a reforma”, aponta a consultoria em nota.

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