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O dólar avançava e se aproximava de R$ 4 nesta segunda-feira, 21, reagindo a preocupações com o cenário fiscal no Brasil e eventual perda do selo de bom pagador do país, aliadas aos temores de possibilidade de alta de juros nos Estados Unidos ainda neste ano.

A pressão sobre o câmbio vinha mesmo após o Banco Central anunciar nova intervenção no mercado, com leilão de linha, depois de a moeda norte-americana fechar no segundo nível mais alto na história em relação ao real na sessão passada.

Às 10:19, o dólar avançava 0,48%, a R$ 3,9773 na venda, tendo chegado a R$ 3,9857 na máxima do dia. Na sexta-feira, subiu 1,96%, a R$ 3,9582, influenciada por rumores sobre o possível rebaixamento do Brasil no fim de semana pela agência de classificação de risco Moody’s.

“A intervenção do BC ajuda, mas não faz milagre”, disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca, que acredita que a moeda norte-americana deve atingir o recorde de R$ 4 no curtíssimo prazo.

O BC anunciou na noite de sexta-feira que fará nesta sessão leilão de venda de até US$ 3 bilhões com compromisso de recompra.

A operação acontecerá em duas fases: entre 10h20 e 10h25, ofertará contratos com data de recompra em 4 de abril de 2016; e entre 10h40 e 10h45, com data de recompra em 5 de julho de 2016. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não é para rolagem de uma linha já existente. Trata-se da quarta intervenção desse tipo desde 31 de agosto.

Mesmo assim, investidores adotavam posturas mais defensivas no início de uma semana que reserva votações no Congresso de medidas importantes para o ajuste fiscal. A perspectiva de possível perda do grau de investimento do Brasil por outras agências além da Standard & Poor’s também dava força à apreensão.

“Não esperamos qualquer choque positivo à confiança ou reversão da situação de baixo crescimento e baixa confiança dos investidores”, escreveu a estrategista para a América Latina do banco Jefferies, Siobhan Morden, em nota a clientes.

Na cena externa, declarações no fim de semana do presidente do Federal Reserve de San Francisco, John Williams, de que uma alta de juros ainda deve ser apropriada neste ano corroboravam a alta do dólar. Juros mais altos nos EUA podem atrair para a maior economia do mundo recursos atualmente aplicados em países como o Brasil.

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