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O dólar comercial registrou a quarta alta consecutiva nesta sexta-feira (22), depois de ter superado o patamar de R$ 1,80 na véspera pela primeira vez em quatro meses. A moeda fechou o dia com valorização de 0,77%, negociada a R$ 1,815 para a venda.

Com o desempenho, a cotação da moeda atingiu o maior nível desde o dia 21 de setembro de 2009 (R$ 1,818). Na semana, o dólar avançou 2,43% e, no ano, a moeda acumula valorização de 4,13%.

Plano de Obama

Os mercados ainda reagem negativamente ao anúncio do presidente dos EUA, Barack Obama, de que pretende impor novos limites de às operações de mercado dos grandes bancos para prevenir a volta de "velhas práticas" que provocaram a crise financeira.

"Apesar de o sistema financeiro está bem mais forte hoje do que há um ano, ele continua funcionando sob as mesmas regras", afirmou Obama. A proposta visa impedir que bancos comerciais se tornem tão grandes a ponto de colocar a economia em risco e distorcer o ambiente de concorrência.

Embora ainda não haja uma perspectiva sobre quando e como esses planos seriam concretizados, os mercados se movimentam para um novo posicionamento em relação ao valor do real. "Esse plano do Obama pode levar a uma diminuição do fluxo para mercados emergentes", disse Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora BGC Liquidez.

Novo patamar

A alta do dólar no Brasil foi maior que a registrada em outros países. E ante algumas das principais moedas, como o euro, o dólar chegou a se desvalorizar nesta sessão.

Segundo profissionais de mercado, fatores internos têm ajudado a desvalorizar o real desde o começo do ano: o déficit crescente nas transações correntes, que torna o país mais dependente de fluxos de capital, e a incerteza a respeito da atuação do Fundo Soberano do Brasil no mercado de câmbio.

Com a chegada da moeda norte-americana ao patamar de R$ 1,80, o Barclays Capital revisou suas projeções para a taxa de câmbio em 2010, prevendo um repique a R$ 1,90 em seis meses com o "cenário externo menos favorável, o ruído em torno do fundo soberano e os riscos potencialmente maiores da eleição".

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