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O dólar subiu pela sexta sessão consecutiva ante o real nesta quinta-feira, atingindo o maior valor de fechamento em mais de três meses, diante da piora na percepção sobre a crise da dívida na Europa.

A moeda norte-americana terminou a 1,861 real, em alta de 1,25 por cento. É a maior cotação de fechamento desde 12 de fevereiro. Em maio, o dólar tem alta de 7,08 por cento.

O avanço do dólar chegou a ser maior na metade do dia, a quase 1,90 real, mas perdeu um pouco de força no final da tarde em meio à desaceleração da queda nas bolsas de valores em Nova York e São Paulo.

Por trás da instabilidade estava a permanente insegurança do mercado quanto aos desdobramentos da crise da dívida na Europa. Após a Alemanha proibir a venda a descoberto de alguns ativos, os investidores temem que outros países sigam o exemplo com o objetivo de restringir a ação de especuladores contra o euro.

Na sexta-feira, a Alemanha deve pressionar em uma reunião da União Europeia por um mecanismo comum para processos de insolvência de países da região, disse o ministro das Finanças, Wolfgang Schaueble .

A desconfiança de investidores abalou outras moedas emergentes: peso mexicano, lira turca e rand sul-africano, por exemplo.

Alguns profissionais de mercado identificaram um movimento de venda por parte de exportadores. A intensidade das vendas, no entanto, parece ter sido menor que a vista na primeira semana do mês.

Segundo dados parciais da clearing (câmara de compensação) da BM&FBovespa, o volume no mercado à vista superava a média recente, com quase 4 bilhões de dólares em operações a pouco menos de uma hora do fim dos negócios.

A previsão de que os fundamentos econômicos do Brasil não sejam afetados pela crise, mantendo a entrada de dólares no país, ainda evita projeções pessimistas para o real no longo prazo. Mas, segundo análises técnicas, o movimento abrupto pode indicar altas ainda mais agudas do dólar no curto prazo.

"A tendência de queda do dólar foi quebrada em 5 de maio, quando os preços romperam uma linha de resistência de 17 meses. Com o valor justo do real em níveis neutros, a quebra em seguida da média móvel de 200 dias, a 1,7816 real, expôs níveis de resistência a 1,9150 e 1,9850 real como próximos alvos para cima", escreveram analistas gráficos do RBC Capital Markets.

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