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O dólar terminou esta segunda-feira em alta, revertendo da abertura negativa, em meio ao recrudescimento das preocupações com a Irlanda.

O plano político doméstico também permaneceu no radar, com investidores acompanhando notícias envolvendo a formação da equipe econômica do próximo governo.

A moeda norte-americana subiu 0,64%, a R$ 1,730 na venda, na máxima do dia.

A sessão contou com o tradicional leilão de compra de dólares pelo Banco Central, com o anúncio da operação ocorrendo a apenas alguns minutos do fechamento do mercado. A taxa de corte foi de R$ 1,7288.

Mais cedo, problemas técnicos na BM&FBovespa afetaram os negócios no segmento futuro.

Logo na abertura, a cotação chegou a cair 0,47%, refletindo o otimismo sobre uma iminente resolução aos problemas no setor bancário irlandês. Mas aos poucos o mercado passou a mirar os temores de contágio da crise em Dublin a outras nações periféricas da Europa, o que corroía o apetite por ativos de maior risco.

No final da tarde, o índice MSCI de ações globais recuava 0,7%, enquanto o índice de commodities Reuters-Jefferies CRB cedia 0,6%.

A maior aversão a risco, refletida pela disparada do índice VIX, conduzia o dólar ao terreno positivo ante uma cesta de moedas, ajudado pela queda do euro. Divisas de perfil semelhante ao real, como o dólar australiano e a coroa norueguesa, também perdiam valor.

"O mercado vai continuar muito cauteloso enquanto a situação da Irlanda não se definir. O pacote pode até vir, mas a incerteza sobre o tamanho, prazo e outros fatores deixam o investidor nervoso", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

"E o pessoal sente que o problema não é só lá (na Irlanda). Muita gente acha que Portugal também vai precisar do mesmo remédio. O ambiente é de incerteza e o mercado não gosta disso", completou.

O profissional lembrou que os players também monitoraram notícias sobre a composição da equipe econômica da presidente eleita Dilma Rousseff.

O jornal O Estado de S.Paulo trouxe na edição desta segunda-feira que Dilma não manterá Henrique Meirelles na presidência do Banco Central. À tarde, uma fonte confirmou a informação à Reuters .

Para o operador de câmbio de uma corretora paulista, as incertezas quanto à formação do governo deixam o mercado "apreensivo" porque os investidores não sabem o que esperar com relação à postura do governo quanto ao câmbio.

"Já se sabe que o (ministro da Fazenda, Guido) Mantega vai ficar, mas o disse-me-disse com o Meirelles está mantendo o pessoal apreensivo", disse, sob condição de anonimato.

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