A surpresa positiva com dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos abriu caminho para a alta do dólar nesta sexta-feira. A moeda norte-americana subiu 0,12 por cento, para 1,680 real.
Com isso, a queda na semana --provocada pela decisão do Federal Reserve de injetar mais 600 bilhões de dólares na economia-- diminuiu para 1,35 por cento.
Os Estados Unidos criaram 151 mil postos de trabalho em outubro, com a abertura de 159 mil vagas no setor privado, mostraram dados do Departamento de Trabalho. A previsão de analistas era de geração de 60 mil empregos .
O relatório estimulou a recuperação do dólar no mercado internacional.
Ante uma cesta com as principais moedas, a divisa dos EUA subia 0,8 por cento, às 16h33. O euro, que no dia anterior foi cotado no maior nível em mais de nove meses, recuava 1,1 por cento.
A fraqueza do mercado de trabalho é uma das principais razões para o criticado pacote do Fed de estímulo à economia. Na opinião de autoridades de outros países, a medida visa desvalorizar o dólar para que os Estados Unidos se beneficiem no comércio exterior.
O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaueble, disse que o pacote não resolve os problemas norte-americanos, e o ministro sul-africano, Pravin Gordhan, alertou para efeitos devastadores sobre países em desenvolvimento .
Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o pacote tem efeito "duvidoso". Os líderes do G20 se reunirão na semana que vem (11 e 12 de novembro) para discutir os desequilíbrios da economia global.
No mercado brasileiro, a ausência de notícias manteve o foco no exterior. Na opinião de analistas, o governo só deve tomar novas medidas contra a valorização do real após a reunião do G20. "Antes disso acho difícil vir algo", disse o gerente de câmbio de um banco dealer, que não quis ser identificado.
A atuação do governo no câmbio se restringiu, nesta sexta-feira, aos dois leilões habituais de compra no mercado à vista.
No mercado futuro, a aposta de estrangeiros na valorização do real voltou às máximas recentes após um breve recuo em outubro, diante das medidas do governo no câmbio.
Na quinta-feira, os investidores não-residentes mantinham 16,148 bilhões de dólares em posições vendidas em contratos de dólar futuro e cupom cambial, ante 10,238 bilhões de dólares no final do mês passado, segundo dados da BM&FBovespa.



