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Muitos agentes continuam prevendo dólar pressionado até o fim do ano | Marcos Santos/USP Imagens
Muitos agentes continuam prevendo dólar pressionado até o fim do ano| Foto: Marcos Santos/USP Imagens

O dólar voltou a fechar em alta ante o real nesta quarta-feira (11), ao fim de um pregão marcado por volatilidade, ainda refletindo as preocupações políticas e econômicas no quadro interno.

A moeda norte-americana subiu 0,77%, a R$ 3,1278 na venda, após bater R$ 3,1410 na máxima da sessão pela manhã. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de US$ 1,5 bilhão.

Após cinco quedas, Ibovespa sobe com bancos e Petrobras

A Bovespa fechou com o seu principal índice em alta nesta quarta-feira (11), encerrando uma sequência de cinco pregões no vermelho, com a recuperação das ações dos bancos privados e da Petrobras entre os suportes para a trégua na sessão.

O Ibovespa subiu 1,27%, a 48.905 pontos, após recuar quase 6% nas cinco sessões anteriores. O volume financeiro no dia alcançou R$ 7 bilhões.

Itaú Unibanco e Bradesco avançaram 3,39% e 3%, após queda forte na véspera, sustentando o índice, em razão da relevante fatia que detêm no Ibovespa, assim como Ambev, que se apreciou 2,32%.

Da mesma forma, as preferenciais da Petrobras corroboraram o alívio ao subirem 2,81%, mesmo com a volatilidade dos preços do petróleo no mercado internacional e sem ter o mesmo peso de outrora.

A divisa chegou a cair 0,67% no início da tarde, atingindo R$ 3,0833 na mínima da sessão, em reação a operações de realização de lucro e a rumores de que o Banco Central poderia estender seu programa de intervenção no câmbio além de março.

Na noite passada, o governo acertou com líderes do Congresso Nacional a correção escalonada do Imposto de Renda da Pessoa Física proposta por seus aliados no Congresso Nacional, abrindo mão de mais de R$ 6 bilhões em receitas.

“O fato concreto é que a questão fiscal continua no centro das atenções e resta conhecer o impacto que as concessões trarão sobre a meta de superávit primário”, escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota a clientes.

Ajuste fiscal em xeque

Embora a decisão aponte na direção de desanuviar as tensões entre os dois Poderes, deu força às preocupações nos mercados financeiros com a possibilidade de o governo ter de fazer mais concessões à base aliada que diminuam o impacto do ajuste fiscal.

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou nesta quarta-feira que o governo da presidente Dilma Rousseff aparenta estar envelhecido e que a relação com a base não foi solucionada.

Investidores também adotaram uma postura mais defensiva diante do desenrolar da investigação sobre o escândalo bilionário de corrupção na Petrobras.

Na manhã desta quarta, a Controladoria-Geral da União determinou a abertura de processos contra mais de dez empresas, que poderiam impedi-las de celebrar novos contratos, golpeando a já enfraquecida economia brasileira.

O economista-chefe para mercados emergentes da Capital Economics, Neil Shearing, ressaltou os impactos que a crise política pode ter sobre o real e elevou sua projeção para o valor do dólar no fim deste ano para R$ 3,20, ante R$ 2,85.

Tesouro

Segundo analistas, o avanço desta sessão também foi influenciado pelo leilão de troca de Notas do Tesouro Nacional - Série B (NTN-B) promovido pelo Tesouro Nacional na Cetip.

O Tesouro aceitou propostas de trocar esses papéis, que são compostos por variação do IPCA mais uma taxa prefixada, por Notas do Tesouro Nacional - Série A3, títulos indexados à variação cambial. Os investidores que se desfizeram desses instrumentos, por sua vez, foram ao mercado para cobrir essas posições, comprando dólares e dando força às cotações da divisa.

“Mas eu não sei por que o Tesouro aceitou essas propostas. Com o dólar tão alto, foi algo inesperado”, disse o operador de papéis de uma corretora nacional, que pediu para não ser identificado.

Swap cambial

O BC vendeu a oferta total de swaps cambiais pelo leilão diário desta manhã, colocando o equivalente a US$ 97,9 milhões no mercado. Foram vendidos 1.300 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 700 para 1º de março de 2016.

A autoridade monetária também vendeu a oferta integral no leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril. Até agora, foram rolados cerca de 29% do lote total, que corresponde a US$ 9,964 bilhões.

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