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Taxativo ao dizer que a TIM Brasil não está à venda, o presidente da companhia, Rodrigo Abreu, garante que o melhor caminho para a empresa no cenário atual é o crescimento orgânico.

Um indicativo disso é que no próximo dia 20, em Londres, o grupo vai anunciar investimento recorde para 2015, acima dos cerca de R$ 4 bilhões aplicados no ano passado pela operadora no Brasil.

"A intenção da empresa e do controlador (Telecom Itália) é de permanência de longo prazo no país, não de venda de ativos. Nunca existiu intenção de venda da companhia", afirmou.

Ao considerar os gastos na aquisição da licença da faixa de 700 mega-hertz (Mhz) da tecnologia 4G, os investimentos chegaram a R$ 6,85 bilhões em 2014.

A posição de Abreu é que o aguardado movimento de consolidação está em segundo plano para a empresa. "A nossa estratégia é de permanência de longo prazo, de investimento e não depende de nenhum movimento de consolidação."

Abreu acrescentou que, apesar de não estar entre as prioridades da empresa, a TIM está atenta às oportunidades que aparecerem numa possível movimentação. "Se, eventualmente, se configurar uma situação aonde faça sentido estudar de maneira mais profunda um movimento, a análise será feita."

Protagonista

O executivo frisou diversas vezes que qualquer processo que ocorrer terá a TIM como protagonista, posição também defendida pela concorrente Oi.

A tele brasileira contratou, no ano passado, o BTG Pactual para atuar como comissário mercantil numa proposta de compra da TIM. A ideia é fazer a aquisição com outros players, a espanhola Telefónica (controladora da Vivo) e a mexicana América Móvil (dona da Claro). A proposta ainda não foi entregue.

"A nossa intenção é ser uma empresa que lidera movimentos na indústria de telecomunicação no país, seja do ponto de vista institucional, de compromisso de investimentos e de permanência de longo prazo".

A visita do CEO da Telecom Itália ao país, Marco Patuano, há duas semanas foi justamente para sinalizar o comprometimento da controladora com a permanência no Brasil.

O presidente minimizou ainda críticas de analistas de que a empresa necessita do processo para obter uma rede de telefonia fixa, que seria usada como suporte ao negócio móvel.

"Hoje temos estrutura de rede fixa muito parruda, que vem principalmente da implantação de fibra ótica. Chegamos a 55 mil km de fibra ótica ao final de 2014."

Diante disso, afirma que a questão da rede fixa não é fator decisivo para a consolidação. No ano passado, a TIM disputou a GVT com a Telefônica, mas o negócio foi fechado com a espanhola.

"O interesse na GVT no ano passado foi em acelerar esse crescimento, com a combinação de infraestrutura e possibilidade de oferecer ofertas integradas." Como a operação não foi concluída, a empresa decidiu continuar o plano de crescimento orgânico.

Plano

A TIM e a sua controladora, a Telecom Itália, farão a divulgação do plano para o período 2015/2017 num evento em Londres no próximo dia 20.

Serão comunicados os níveis de investimento e os guidances (projeções) de longo prazo da receita e do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações). Um dia antes, o conselho da italiana se reúne para aprovar o plano.

A respeito da perspectiva de um cenário macroeconômico mais difícil em 2015, o executivo disse que o setor de telecomunicações, em particular o de consumo de dados, é mais resiliente do que outros.

"O uso de serviços de comunicação, em particular de dados, passa a ser considerado como necessidade essencial. Os consumidores deixam de fazer outras coisas, mas não de usar internet, que é inclusive uma ferramenta de inclusão econômica."

Em 2014, a TIM lucrou R$ 1,5 bilhão - avanço de 2,7% em relação ao resultado de 2013.

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