Médicos de diversas especialidades vão protestar novamente contra o que consideram abusos cometidos pelas operadoras de saúde. Entre os dias 10 e 25 de outubro, além de promover atos públicos, como passeatas e concentrações, os profissionais vão suspender em vários estados entre eles o Paraná consultas e procedimentos eletivos de usuários de convênios que não negociaram com a categoria. Se quiserem ser atendidos, os pacientes terão de pagar pelos serviços. Serviços de urgência e emergência serão mantidos.
A mobilização está sendo articulada por três entidades que representam a classe médica o Conselho Federal de Medicina, a Associação Médica Brasileira e a Federação Nacional dos Médicos. O objetivo, dizem elas, é denunciar os baixos valores que as operadoras repassam aos médicos credenciados.
Segundo a Associação Médica do Paraná (AMP), no estado apenas duas operadoras (Fundação Copel e Sanepar) corrigiram o valor dos honorários repassados aos médicos e não serão afetadas pela interrupção temporária do atendimento.
"É notório e incontestável o esforço das entidades médicas nacionais na tentativa da formulação de acordos com as operadoras de saúde para a regularização de tais contratos e a recomposição dos honorários médicos, cuja valoração é muita baixa, quando não aviltante", diz em nota.
Controvérsia
De acordo com a AMP, as operadoras que ainda não chegaram a um acordo se dividem em dois grupos: as que nem sequer negociaram os reajustes e as que passaram por negociação mas ainda não divulgaram suas decisões. Durante os 15 dias de paralisação, os médicos vão cobrar do paciente por consultas e procedimentos.
A orientação da AMP é de que os clientes das operadoras exijam o reembolso das empresas. Mas, há duas semanas, a coordenadora do Procon-PR, Claudia Silvano, afirmou que os médicos não podem cobrar pela consulta e os consumidores não devem pagar pelo atendimento: "A recomendação é que o usuário recuse terminantemente o pagamento. Se o médico cobrar pela consulta e o paciente não puder postergá-la, ele deve reclamar antecipadamente junto ao plano de saúde, para garantir a consulta. A briga é entre médico e empresa, o consumidor não pode ser onerado".
A Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que representa 15 grupos de operadoras de saúde, informou em nota que respeita a manifestação dos médicos, mas disse que suas associadas concedem reajustes regulares para os procedimentos e consultas com índices acima da inflação e até do teto estabelecido pela ANS para o reajuste anual dos planos individuais.



