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É fundo, mas dá para negociar na bolsa

ETFs são comprados e vendidos como ações, mas não representam empresas, e sim grupos de papéis ligados a setores econômicos ou ao Ibovespa

Acompanhe a evolução do mercado total de ETFs e do Bova11 |
Acompanhe a evolução do mercado total de ETFs e do Bova11 (Foto: )
Prédio da BCS, em Santiago: acordo para conectar mercados do Brasil e do Chile |

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Prédio da BCS, em Santiago: acordo para conectar mercados do Brasil e do Chile

As vantagens e a rentabilidade de um fundo de ações, com a comodidade de um papel que pode ser negociado pelo home broker, inclusive por pequenos investidores. Os ETFs – Exchange Traded Funds, ou fundos negociados em bolsa – têm boas perspectivas de crescimento no próximo ano e são apontados pelos corretores como uma alternativa simples e barata para diversificação da carteira.

Na prática, os ETFs são fundos que recebem um código e suas cotas são negociadas no pregão exatamente como uma ação individual, mas têm seu desempenho atrelados a índices, como o próprio Ibovespa, ou a setores específicos, como o imobiliário ou de consumo. O preço de "entrada" nesses fundos é o valor da cota negociado em bolsa. O Ibovespa Fundo de Índice (Bova11), por exemplo, fechou o pregão de ontem negociado a R$ 68,54.

"Quando você negocia comprando uma cota, é como se tivesse comprando um fundo de ações, com a vantagem de não ter de pagar taxa de administração. No caso das ETFs, o investidor paga apenas a taxa de custódia, como a de qualquer outro papel negociado em bolsa", explica o analista-chefe da SLW Corretora de Valores, Pedro Galdi. No caso do Bova11, essa taxa é de 0,54% ao ano, enquanto os fundos de ações passivos, que buscam desempenho próximo ao índice de mercado, cobram até 2,5%. Já os fundos de gestão ativa, que buscam rendimentos superiores ao índice de referência, cobram até 4%. "Gasta-se menos com este tipo de alternativa. Os ETFs são um intermediário para o investidor que não tem tanto conhecimento para investir em um fundo. Ele compra um 'fundo pronto' e dilui o risco. É muito bom para quem está começando", avalia Galdi.

Lançados no Brasil há dois anos, os fundos do Ibovespa se tornaram uma febre entre os pequenos investidores estrangeiros, que representam 21,2% do volume de ETFs negociados na Bovespa em novembro. Já a participação de investidores brasileiros como pessoas físicas foi de 13,4%, contra 11% em novembro de 2009. A maior participação, entretanto, continua sendo a de investidores institucionais, com 43% do volume negociado de ETFs.

Segundo Saulo Mendes, diretor comercial da Blackrock, gestora desses fundos no Brasil, o Bova 11 despertou o interesse dos fundos de pensão e de investidores que viram no produto uma forma barata de diversificar e complementar sua estratégia de gestão. "O volume de negócios aumentou muito ao longo do ano. Vimos os tíquetes negociados caindo a cada dia com a entrada do pequeno investidor pessoa física'', disse.

Galdi, da SLW, prevê um futuro promissor para esses fundos em 2011. "Os ETFs andam de acordo com a bolsa, e a bolsa, por sua vez, anda de acordo com o cenário econômico. Como as perspectivas para o Brasil e outros países emergentes são positivas, com estimativa de crescimento em torno de 5%, podemos ter resultados bem positivos", avalia. Segundo ele, a melhor aposta está nos setores ligados ao consumo, já que os ETFs ligados aos setores de commodities devem ter uma recuperação mais lenta em função da crise europeia e da lenta recuperação da economia norte-americana.

Além do Bova11, há outros seis fundos de índice negociados pela Bovespa: índice Brasil-100 (Brax 11), pequenas empresas (Smal11), empresas médias (Mila11), consumo (Csmo11), imobiliário (Mobi11) e PIBB, atrelado ao índice Brasil-50. Neste ano, o melhor desempenho foi do Smal11, o fundo de empresas pequenas, que subiu 18,48% – o Bova11 tem queda de 0,89%, próximo da baixa de 0,36% do Ibovespa. Já os riscos de se investir nos ETFs são os mesmos de se investir no mercado acionário. "Sempre existe a possibilidade de uma mudança no cenário econômico", alerta Galdi.

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