
As vantagens e a rentabilidade de um fundo de ações, com a comodidade de um papel que pode ser negociado pelo home broker, inclusive por pequenos investidores. Os ETFs Exchange Traded Funds, ou fundos negociados em bolsa têm boas perspectivas de crescimento no próximo ano e são apontados pelos corretores como uma alternativa simples e barata para diversificação da carteira.
Na prática, os ETFs são fundos que recebem um código e suas cotas são negociadas no pregão exatamente como uma ação individual, mas têm seu desempenho atrelados a índices, como o próprio Ibovespa, ou a setores específicos, como o imobiliário ou de consumo. O preço de "entrada" nesses fundos é o valor da cota negociado em bolsa. O Ibovespa Fundo de Índice (Bova11), por exemplo, fechou o pregão de ontem negociado a R$ 68,54.
"Quando você negocia comprando uma cota, é como se tivesse comprando um fundo de ações, com a vantagem de não ter de pagar taxa de administração. No caso das ETFs, o investidor paga apenas a taxa de custódia, como a de qualquer outro papel negociado em bolsa", explica o analista-chefe da SLW Corretora de Valores, Pedro Galdi. No caso do Bova11, essa taxa é de 0,54% ao ano, enquanto os fundos de ações passivos, que buscam desempenho próximo ao índice de mercado, cobram até 2,5%. Já os fundos de gestão ativa, que buscam rendimentos superiores ao índice de referência, cobram até 4%. "Gasta-se menos com este tipo de alternativa. Os ETFs são um intermediário para o investidor que não tem tanto conhecimento para investir em um fundo. Ele compra um 'fundo pronto' e dilui o risco. É muito bom para quem está começando", avalia Galdi.
Lançados no Brasil há dois anos, os fundos do Ibovespa se tornaram uma febre entre os pequenos investidores estrangeiros, que representam 21,2% do volume de ETFs negociados na Bovespa em novembro. Já a participação de investidores brasileiros como pessoas físicas foi de 13,4%, contra 11% em novembro de 2009. A maior participação, entretanto, continua sendo a de investidores institucionais, com 43% do volume negociado de ETFs.
Segundo Saulo Mendes, diretor comercial da Blackrock, gestora desses fundos no Brasil, o Bova 11 despertou o interesse dos fundos de pensão e de investidores que viram no produto uma forma barata de diversificar e complementar sua estratégia de gestão. "O volume de negócios aumentou muito ao longo do ano. Vimos os tíquetes negociados caindo a cada dia com a entrada do pequeno investidor pessoa física'', disse.
Galdi, da SLW, prevê um futuro promissor para esses fundos em 2011. "Os ETFs andam de acordo com a bolsa, e a bolsa, por sua vez, anda de acordo com o cenário econômico. Como as perspectivas para o Brasil e outros países emergentes são positivas, com estimativa de crescimento em torno de 5%, podemos ter resultados bem positivos", avalia. Segundo ele, a melhor aposta está nos setores ligados ao consumo, já que os ETFs ligados aos setores de commodities devem ter uma recuperação mais lenta em função da crise europeia e da lenta recuperação da economia norte-americana.
Além do Bova11, há outros seis fundos de índice negociados pela Bovespa: índice Brasil-100 (Brax 11), pequenas empresas (Smal11), empresas médias (Mila11), consumo (Csmo11), imobiliário (Mobi11) e PIBB, atrelado ao índice Brasil-50. Neste ano, o melhor desempenho foi do Smal11, o fundo de empresas pequenas, que subiu 18,48% o Bova11 tem queda de 0,89%, próximo da baixa de 0,36% do Ibovespa. Já os riscos de se investir nos ETFs são os mesmos de se investir no mercado acionário. "Sempre existe a possibilidade de uma mudança no cenário econômico", alerta Galdi.




