
O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, afirmou ontem que uma série de problemas econômicos deverão levar a economia americana a passar por uma desaceleração expressiva nos próximos meses. A declaração trouxe pessimismo ao mercado internacional, e bolsas de valores de todo o mundo terminaram o dia no vermelho. A exceção foi a Bovespa, em São Paulo, que fechou em alta moderada puxada pela disparada das ações da Petrobras após o anúncio da descoberta de uma reserva gigantesca de petróleo e gás.
O índice Dow Jones Industrial, principal índice de Wall Street, caiu 0,26%, para 13.265 pontos. Por sua vez, o indicador da Nasdaq recuou 1,92%, para 2.696. Já o seletivo S&P 500, que mede o rendimento de 500 grandes empresas americanas, caiu 0,06%, para 1.474,71.
"No geral, o Comitê [Federal de Mercado Aberto do Fed, equivalente ao Copom no Brasil] espera que o crescimento da atividade econômica tenha uma desaceleração expressiva no quarto trimestre, em relação ao terceiro", disse Bernanke, em seu testemunho apresentado hoje ao Comitê Econômico Conjunto do Congresso.
"O crescimento deve ser lento na primeira parte do ano, então ganhar força conforme os efeitos do crédito mais restrito e da correção no mercado imobiliário começarem a se dispersar", disse.
No dia 31 de outubro, o Fed reduziu sua taxa de juros em 0,25 ponto porcentual, para 4,5% ao ano depois de um corte de 0,5 ponto porcentual feito em setembro. Na nota divulgada após a reunião de política monetária no mês passado, o banco informou que o crescimento econômico iria perder força no curto prazo devido ao ajuste em curso no mercado imobiliário do país.
O Departamento do Comércio informou que a economia americana cresceu 3,9% (dado anualizado), segundo dados preliminares. O resultado é o maior desde o primeiro trimestre do ano passado (quando a expansão foi de 4,8%). O Fed destacou o bom desempenho da economia no período.



