• Carregando...
Sala de operação do sistema elétrico, em Brasília: setor ficou mais rentável | Ricardo Moraes/Reuters
Sala de operação do sistema elétrico, em Brasília: setor ficou mais rentável| Foto: Ricardo Moraes/Reuters

HIDRELÉTRICAS

Aneel deve leiloar até 7 usinas

Até sete hidrelétricas de médio e grande porte devem ser licitadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) no leilão marcado para 17 de dezembro, que vai negociar a energia a ser gerada a partir de 2015. Embora dez projetos tenham sido cadastrados, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do governo federal afirma que "a expectativa é que até sete participem efetivamente do leilão".

Para serem licitados, os projetos terão de receber licenças ambientais prévias até 13 de dezembro, o que dificilmente será conseguido por todas as cadastradas. As usinas com mais chances são: Teles Pires e Sinop, no Rio Teles Pires, em Mato Grosso; Ribeiro Gonçalves, Castelhano e Estreito Parnaíba, no Rio Parnaíba (Piauí); Santo Antônio do Jari, no Rio Jari (Amapá); e a ampliação da hidrelétrica de Jirau, no Rio Madeira (Rondônia). Esta última, já em construção, terá sua capacidade elevada em 450 megawatts (MW) além do previsto no projeto original.

Copel no páreo

Os sete projetos somam 3.203 megawatts (MW) de potência, volume capaz de abastecer cerca de 9 milhões de pessoas. O maior é o de Teles Pires (1.820 MW), que está na mira da Copel. É possível que a estatal paranaense também dispute a concessão de Sinop (400 MW). Há três meses, a companhia arrematou a usina de Colíder (300 MW), também no Teles Pires. Ao tocar vários projetos no mesmo rio, a Copel teria uma economia de escala, podendo elevar sua rentabilidade nesses empreendimentos.

Fernando Jasper

Consumo da indústria sobe 8,3% no ano

O consumo de energia da indústria paranaense cresceu 8,3% de janeiro a setembro, recuperando-se do tombo de 6,8% sofrido em igual período de 2009. Os dados representam a soma dos consumidores industriais do mercado cativo da Copel Distribuição com os consumidores "livres" do estado, atendidos pela própria estatal e por outras distribuidoras.

Leia a matéria completa

As condições macroeconômicas mais favoráveis do Brasil nos últimos anos estão contribuindo para que as empresas privadas do setor elétrico obtenham rentabilidade superior ao custo de capital. Essa é uma das principais conclusões do estudo elaborado pela consultoria Stern Stewart e pelo Instituto Acende Brasil, com base nos resultados de companhias de geração e distribuição de energia. "Olhando para a frente, podemos supor que o setor elétrico trilha o caminho para ser uma atividade economicamente sustentável", disse o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Sales.

O estudo usou como premissa o critério do Economic Value Added (EVA), que consiste na estimativa do lucro econômico depois de subtraídas todas as despesas operacionais, inclusive o custo de capital empregado na operação. Publicado pela primeira vez em 2005, o estudo de rentabilidade passou este ano pela segunda atualização. Nesta edição, foram selecionadas 21 empresas privadas – as estatais não foram incluídas, para evitar distorções na análise.

Segundo o estudo, as elétricas privadas registram EVA positivo desde 2007, interrompendo a trajetória de perdas verificadas desde 1998. De acordo com Sales, a melhora na rentabilidade do setor é reflexo da combinação de ganhos de eficiência pelas concessionárias e da diminuição do custo médio ponderado do capital (WACC). "O que se espera de um setor altamente regulado é que seja sustentável. Felizmente, o EVA mostra que isso está ocorrendo", acrescentou o executivo.

Perdas acumuladas

Apesar do retorno positivo, o estudo mostra que o resultado obtido entre 2007 e 2009 não foi suficiente para recuperar as perdas históricas do setor. Nos cálculos da Stern Stewart, o saldo de perdas estaria acumulado em R$ 49,3 bilhões desde 1998, já incorporando os ganhos dos últimos três anos. "Se esse valor for atualizado pelo custo de capital, o saldo chegaria a R$ 222 bilhões", disse o vice-presidente sênior da consultoria Stern Stewart, Augusto Korps Junior. "No atual ritmo de rentabilidade do setor, o EVA negativo acumulado nunca vai ser pago pelas empresas."

Sales explicou que a rentabilidade negativa apurada pelo setor entre 1998 e 2006 é fruto das condições macroeconômicas (risco-país e inflação) mais adversas entre 1999 e 2002, o que aumentou o custo do capital, e do racionamento de 2001, que provocou prejuízos às companhias.

Korps Junior disse que, apesar de positivo, o valor atual do EVA está próximo a zero, o que reduz a atratividade do setor para os investidores. "Para atrair os investidores, o retorno tinha de ser um pouquinho acima disso. Se o acionista terá retorno zero, por que investirá no setor?", questionou o executivo. Outro ponto levantado no estudo é que o spread entre o retorno e o WACC das elétricas brasileiras é inferior ao de empresas da América Latina e da Europa, o que indica que o setor elétrico brasileiro apresenta menor geração de valor para os seus acionistas.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]