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A valorização das ações ordinárias, com direito a voto, da mineradora Vale foi de cerca de 834%, descontada a inflação, nos últimos dez anos - de 30 de junho de 2001, data em que o atual presidente da companhia, Roger Agnelli, assumiu o cargo, até segunda-feira, 4 de abril, quando Murilo Ferreira foi indicado para ocupar a presidência, a partir de 22 de maio. O novo nome foi indicado pelos acionistas controladores da Valepar e ainda terá de ser aprovado pelo Conselho de Administração da Vale.

A valorização das ações ordinárias, com direito a voto, da mineradora Vale foi de cerca de 834%, descontada a inflação, nos últimos dez anos - de 30 de junho de 2001, data em que o atual presidente da companhia, Roger Agnelli, assumiu o cargo, até segunda-feira, 4 de abril, quando Murilo Ferreira foi indicado para ocupar a presidência, a partir de 22 de maio. O novo nome foi indicado pelos acionistas controladores da Valepar e ainda terá de ser aprovado pelo Conselho de Administração da Vale.

Quanto à evolução do valor de mercado das duas empresas, o da Vale foi de R$ 20,32 bilhões, em 30 de junho de 2001, para R$ 270,69 bilhões atualmente, considerando dados desta útlima segunda-feira. Já o valor da Petrobras foi de R$ 62,545 bilhões para R$ 404,387 bilhões no período, de acordo com levantamento da consultoria.

Hoje, de acordo com dados do Fundo Monetário Internacional (FMI), o valor de mercado da Vale em 2010 é superior à economia de países vizinhos como o Peru. No ano anterior, o Produto Interno Bruto (PIB) do país somou US$ 153,54 bilhões, o equivalente a aproximadamente R$ 247 bilhões.

Lucro

No ano passado, a Vale atingiu lucro líquido de US$ 17,3 bilhões – resultado superior ao registrado em 2001, de US$ 1,3 bilhão, quando Agnelli assumiu a mineradora. O lucro anunciado pela companhia foi o segundo maior registrado por uma empresa de capital aberto brasileira, segundo levantamento da Economatica, divulgado na época, feito com base nas informações apresentadas a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em primeiro lugar, aparecia a Petrobras que, em 2008, teve lucro de R$ 32,98 bilhões.

Troca de comando

A indicação de Ferreira surpreendeu o mercado. O nome mais cotado era o de Tito Martins, que comanda a Vale no Canadá - onde substituiu o próprio Murilo Ferreira em 2008.

A campanha pela saída de Roger Agnelli da presidência da Vale, cargo que o executivo ocupa desde 2001, começou ainda em 2008, durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, quando, durante a crise econômica, a Vale demitiu quase 2 mil trabalhadores, medida que irritou o governo. Até aquele momento, o presidente e Agnelli mantinham uma relação próxima.

Em 2009, Lula criticou a Vale, defendendo que a empresa precisava exportar mais valor agregado, não apenas minério de ferro.

Embora a Vale tenha sido privatizada em 1997, o governo exerce influência na companhia por meio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e de fundos de pensão de empresas estatais liderados pela Previ (dos funcionários do Banco do Brasil), que são acionistas da mineradora. Junto com a Bradespar (empresa de participações ligada ao Bradesco) e da trading japonesa Mitsui, eles controlam a Vale.

O mercado teme que haja interferência política na Vale que, sob o comando de Roger Agnelli, chegou à posição de segunda maior mineradora do mundo e maior exportadora brasileira. Em 2010, a empresa registrou lucro de R$ 30,1 bilhões, "o maior da história da mineração", segundo a companhia.

A preocupação é que a mineradora possa orientar suas ações mais para atender aos objetivos do governo, prejudicando os acionistas.

O executivo

Murilo Ferreira tem 58 anos e é graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), com pós-graduação em Administração e Finanças pela FGV do Rio de Janeiro e especialização em M&A pela IMD Business School, em Lausanne, na Suíça.O executivo tem mais de 30 anos de experiência no setor de mineração, tendo ingressado na Vale em 1998 como Diretor da Vale do Rio Doce Alumínio - Aluvale, atuando em diversos cargos executivos até sua saída em 2008, quando atuava como presidente da Vale Inco (atual Vale Canadá) e Diretor Executivo de Níquel e Comercialização de Metais Base da Vale, quando foi substituído por Tito Martins.

A indicação depende da aprovação do Conselho de Administração da Vale. Se aprovada, Ferreira assume o posto de diretor presidente a partir do dia 22 de maio, após o fim do mandato de Agnelli.

A Valepar é a principal acionista da Vale, com 53,5% das ações ordinárias (com direito a voto) da mineradora. A Litel, formada pelos fundos de pensão, tem, por sua vez, 49% da Valepar. A Bradespar, comandada pelo Bradesco, tem outros 21,21%; enquanto o Mitsui e o BNDESpar têm, respectivamente, 18,24% e 11,51% da controladora da Vale.

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