A queda na taxa de juros foi uma das principais reivindicações feitas na festa do 1º de Maio realizada pela Força Sindical em São Paulo. Na quarta (29), o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu em um ponto percentual a taxa Selic, para 10,25%. Com o corte, o terceiro consecutivo, os juros básicos da economia caíram para níveis sem precedentes na história do país.
"[É preciso haver] queda na taxa de juros e no spread bancário para a gente poder voltar a crescer. Sem isso, não tem saída", disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).
Segundo ele, é preciso que o governo adote medidas específicas contra a crise, de acordo com cada setor. "Em alguns setores, tem que baixar imposto. Em outros, tem que baixar os juros e outros precisam de crédito."
Questionado sobre a reivindicação dos sindicatos a respeito da taxa de juros, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi, respondeu que a taxa ainda é "alta", mas fez a ressalva de que, para ele, o governo está "começando a acertar esse caminho".
"A reivindicação das centrais é justa, mas o Brasil tem que buscar sempre o bom senso e o equilíbrio para isso não ser de maneira tão abrupta que prejudique outros setores. Até o próprio Meirelles está defendo a queda de juros, então isso é uma grande evolução. Penso que paulatinamente vai chegar a níveis aceitáveis", afrimou.
Presente à comemoração do Dia do Trabalho, o deputado federal Aldo Rebelo (PC do B-SP) disse que a queda dos juros "veio um pouco tarde" e que a redução da taxa poderia ter sido adotada antes para ajudar a minimizar os efeitos da crise econômica.
"Ainda não sabemos se as medidas vão cumprir seus objetivos. A redução dos juros veio um pouco tarde. Poderia ter sido adotada com mais antecedência. Vai ter influência nisso [na recuperação da economia] o tempo e a duração da crise no resto do mundo, principalmente nos Estados Unidos", opinou.
No palco montado para a festa, a crise também foi tema do discurso do ex-ministro e deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE). " O dinheiro que falta para dar emprego aos jovens é o dinheiro que está indo para tapar o buraco da agiotagem internacional."



