A caderneta de poupança conseguiu captar R$ 1,98 bilhão em julho deste ano, o maior ingresso líquido de recursos desde dezembro do ano passado, quando R$ 9,1 bilhões entraram na modalidade de investimentos, segundo informações divulgadas nesta quarta-feira (6) pelo Banco Central.
No mês passado, os depósitos em poupança somaram R$ 101,6 bilhões, e as retiradas, R$ 99,6 bilhões. Apesar do bom resultado de julho, com o ingresso líquido de R$ 1,9 bilhão, o valor ficou abaixo do volume de recursos que ingressaram no mesmo mês do ano passado (+R$ 3,5 bilhões).
Acumulado do ano e saldo
Nos primeiros sete meses deste ano, porém, o ingresso de recursos na poupança está bem abaixo do registrado em igual período de 2007. De janeiro a julho deste ano, a poupança atraiu R$ 6,41 bilhões líquidos, o que representa uma queda de 91% frente ao mesmo período de 2007 - quando R$ 12,27 bilhões entraram na poupança.
No fim de julho deste ano, o volume total de recursos aplicados em caderneta de poupança estava em R$ 251 bilhões, contra R$ 247 bilhões em junho deste ano e R$ 235,2 bilhões em dezembro de 2007. Para o cálculo do saldo da poupança, são considerados os rendimentos creditados nas contas dos investidores, que somaram R$ 1,48 bilhão em julho (os maiores do ano).
Atratividade da poupança
A caderneta de poupança tem a sua correção determinada pela variação da taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês. Na poupança, ao contrário dos fundos de renda fixa oferecidos pelas instituições financeiras, não é cobrada taxa de administração e nem Imposto de Renda (IR).
Apesar destas vantagens, analistas alertam que a tradicional caderneta de poupança começa a perder atratividade frente a outras modalidades de renda fixa (como os fundos de investimento) por causa da subida dos juros pelo Banco Central. Entretanto, dizem que é uma opção mais segura do que a Bolsa de Valores, que apresenta fortes perdas neste ano.
Nos últimos meses, os juros avançaram 1,75 ponto percentual, para 13% ao ano, a maior elevação desde 2003. Com isso, também subiu a rentabilidade dos fundos de renda fixa dos bancos - que têm boa parte de suas aplicações feitas em títulos públicos, que rendem mais com a subida dos juros. E a expectativa do mercado financeiro é que os juros sejam elevados a 14,50% ao ano no fim de 2008 - inflando ainda mais o rendimento dos fundos.
Para o o professor Cláudio Carvajal, coordenador dos cursos de administração da Faculdade Módulo, a aplicação em renda fixa ainda é vantajosa para as pessoas que podem precisar dos recursos no curto prazo, ou seja, dentro de até um ano. A estimativa do professor é que os fundos de renda fixa tenham rendimento de 14% em 2008, contra 10% da poupança. "Se a taxa de administração do banco for maior do que 2%, ou quem pode precisar do dinheiro no curto prazo, ainda vale mais a pena aplicar na poupança", diz ele.
