Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 6,57 bilhões primeiro trimestre deste ano, o que representa um crescimento de 40% em relação ao registrado mesmo período do ano passado (US$ 3,95 bilhões). Somente em março, os investimentos externos diretos chegaram a US$ 2,77 bilhões, o maior volume desde 1947. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (24) pelo Banco Central.
Para o trimestre, de acordo com o BC, este é o maior volume de aporte de investimentos na economia brasileira desde 2000 - que teve o resultado influenciado pelo forte ingresso de recursos de privatizações. Sem os recursos das privatizações registrados em 2000, o primeiro trimestre deste ano é o melhor desde 1947, quanto teve início a série histórica do Banco Central.
Além de recorde na série histórica, o resultado de março também apresentou uma elevação de 70% em relação ao mesmo mês do ano de 2006, quando a entrada de recursos estrangeiros totalizou US$ 1,62 bilhão.
Confiança
"Os investidores estão vindo para o país porque tem mais confiança. A economia está estável, a inflação está sob controle e o risco país está baixo. Além disso, o Brasil também está crescendo. Tudo isso faz com que os investimentos continuem fluindo", disse o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes. Segundo ele, está previsto o ingresso de mais US$ 2 bilhões em investimentos diretos em abril.
Altamir Lopes lembrou que, anteriormente, ele próprio havia previsto um ingresso de US$ 1,2 bilhão em investimentos diretos para o mês de março. Entretanto, houve o aporte de US$ 2,77 bilhões no mês passado. A diferença, segundo ele, se deve à duas operações de valores expressivos: uma do setor químico e outra do setor financeiro. Ele não citou o nome das empresas.
Para o ano de 2007 fechado, o Banco Central manteve em US$ 20 bilhões a estimativa de ingresso de investimentos diretos na economia brasileira. Já o mercado financeiro acredita que US$ 18,3 bilhões em investimentos diretos fluirão para o país neste ano.
Balanço de pagamentos
Os dados sobre os investimentos estrangeiros foram divulgados nesta terça-feira junto com o balanço de pagamentos - que engloba todas as transações do país com o exterior. Em março, o balanço de pagamentos foi superavitário em R$ 8,52 bilhões, contra um resultado positivo de US$ 2,32 bilhões em igual período do ano passado.
O balanço de pagamentos é formado pela conta de capital e financeira e pelas transações correntes. A conta de capital e financeira - que engloba os investimentos diretos, os empréstimos, as participações no capital e investimentos em ações e títulos públicos - teve resultado positivo de US$ 7,64 bilhões em março. No mesmo mês do ano passado, o superávit foi de US$ 982 milhões.
As transações correntes - que englobam a balança comercial, os serviços e a renda com comércio exterior, também tiveram superávit no mês passado: US$ 817 milhões, contra um resultado positivo de US$ 1,28 bilhão em março de 2006.
No acumulado do primeiro trimestre deste ano, a conta de transações correntes teve superávit de US$ 1,69 bilhão. A conta financeira, por sua vez, teve resultado positivo de US$ 22,11 bilhões no trimestre, o que elevou o resultado do balanço de pagamentos para um superávit de US$ 23,37 bilhões nos três primeiros meses deste ano - contra US$ 5,78 bilhões em igual período de 2006.
Projeções do BC e do mercado
O Banco Central manteve em US$ 7,7 bilhões a sua estimativa para o superávit da conta de transações correntes em todo o ano de 2007. Já o mercado financeiro estima um resultado positivo em conta corrente de US$ 8,5 bilhões para este ano.
Para a balança comercial, a projeção de superávit do Banco Central foi mantida em US$ 37 bilhões. A expectativa para as exportações ficou em US$ 149 bilhões e, para as importações, em US$ 112 bilhões. O mercado financeiro, por sua vez, projeta superávit comercial de US$ 40 bilhões para este ano.



