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Sede da GVT em Curitiba: companhia estava sendo disputada pela Vivendi e pela Telefônica há quase dois meses | Rogerio Theodorovy/Arquivo/Gazeta do Povo
Sede da GVT em Curitiba: companhia estava sendo disputada pela Vivendi e pela Telefônica há quase dois meses| Foto: Rogerio Theodorovy/Arquivo/Gazeta do Povo

O grupo francês de mídia Vivendi adquiriu ontem o controle da GVT, companhia com sede em Curitiba. Atuando nos bastidores, a empresa francesa comprou 57,5% das ações da operadora que estavam no mercado por R$ 3,88 bilhões. Todas as ações da GVT têm direito a voto. Com isso, a Vivendi tirou a Telefônica da disputa.

A manobra dos franceses só foi possível porque a maior parte do capital da GVT estava pulverizado e nas mãos de fundos estrangeiros. Em comunicado, a Vivendi informou que assinou um acordo com a Swarth Investments LLC, Swarth Investments Holdings LLC e com a Global Village Telecom (Holland) BV, fundadores e controladores da GVT. Por esse acordo, ela pagou R$ 56 por ação e ficou com os 29,9% das ações dos controladores da GVT.

O restante (27,6% dos papéis) estava com investidores estrangeiros, principalmente fundos de investimento dos EUA e Europa. Segundo a Vivendi, o preço por ação, neste caso, foi de R$ 55.

Oferta

Pelas regras do mercado brasileiro, a Vivendi terá de registrar na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) uma oferta pública para aquisição do restante das ações da GVT que estão no mercado. Essa operação é destinada à proteção dos acionistas minoritários que possam querer vender seus papéis devido à mudança do controle. A ideia da Vivendi é adquirir 100% do capital durante a oferta. Se isso ocorrer, o valor total da compra da GVT será R$ 7,2 bilhões.

Fim da disputa

A disputa pela GVT começou no início de setembro, quando os controladores da operadora anunciaram um acordo de venda para a Vivendi. Naquela ocasião, os franceses estavam dispostos a pagar R$ 42 por ação.

Um mês depois, os espanhóis da Telefônica fizeram uma oferta agressiva pela GVT. Como o capital estava pulverizado, eles anunciaram uma Oferta Pública para Aquisição de Ações (OPA), oferecendo R$ 48 por ação. No entanto, havia uma barreira – tanto para a Vivendi, quanto para a Telefônica. No estatuto da GVT, existia uma cláusula proibindo a venda, caso a oferta não fosse 25% maior que o preço mais alto atingido pelo papel no mercado.

Com a retirada dessa cláusula pelos acionistas, a Telefônica aumentou o lance, ofertando R$ 50,50 por ação ou o equivalente a R$ 6,9 bilhões por 100% do capital. A OPA estava marcada para o dia 19.

Para a Telefônica, restava apenas a anuência prévia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para que o leilão ocorresse. Ontem, a agência concedeu a autorização prévia à Telefônica com diversas restrições. A oferta da Vivendi, por não atuar no mercado brasileiro, recebeu o aval sem contrapartidas.

Com a compra de 57,5% do controle da GVT pela Vivendi, a OPA da Telefônica fica automaticamente cancelada porque a empresa só iria ao mercado caso tivesse a chance de ficar com pelo menos 51% das ações.A GVT é uma operadora de telefonia fixa e de banda larga criada em 2000 como empresa "espelho’’ na área de concessão da Brasil Telecom, que foi adquirida pela Oi, em 2008. Hoje é a principal concorrente da Oi e compete com a Telefônica e a própria Oi no mercado corporativo em grandes cidades do país fora de sua área de concessão. Em nota, a Telefônica manifestou seus melhores desejos de boa sorte à GVT.

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