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Aroldo Schultz vai abrir em Portugal uma filial da sua operadora de turismo: sonho realizado | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Aroldo Schultz vai abrir em Portugal uma filial da sua operadora de turismo: sonho realizado| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Opinião

Franquias nacionais também podem atuar lá fora

Franquias brasileiras vêm fazendo muito sucesso, tanto no Brasil como no exterior. Trata-se de um segmento atraente e promissor, que oferece alternativas de excelentes negócios para quem quer montar um negócio de origem brasileira em outros países.

Ao contrário do que acontece em quase todos os países, a grande maioria das redes de franquia em operação no Brasil, ou 92,4% das redes, são de origem local. O Brasil possui know-how e expertise em franchising para vender e exportar. Além de representar um dos maiores mercados mundiais, tanto em termos de número de franqueadores como de franqueados, o Brasil é hoje um exportador de franquias.

Dentre as redes de franquia em operação no Brasil em 2013, a Associação Brasileira de Franchising (ABF) recenseou 4,5% do total, ou 121 redes genuinamente brasileiras, com unidades no exterior naquele ano. Estas franqueadoras de origem brasileira exportam seus conceitos de negócio para 60 países. Nada mal, considerando que no ano 2000 somente 15 franqueadoras brasileiras possuíam unidades no exterior.

Este movimento além fronteiras não ocorreu por acaso. Foi fruto de um esforço concentrado que envolveu a ABF e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), por meio do programa Franchising Brasil. O Sebrae se juntou recentemente ao esforço de promover as franquias brasileiras no exterior.

No Guia de Orientação à Internacionalização de Franquias, publicado no portal do Sebrae, dou as orientações necessárias para comprar e vender franquias no exterior. Consulte o link www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/bis/Guia-de-orientação-à-internacionalização-de-franquias.

Daniel Alberto Bernard, diretor-geral da NetplaN Consultoria e coordenador da Câmara Setorial de Franchising da Associação Comercial do Paraná

Depois de cinco anos de pesquisa, a operadora de turismo Schultz se prepara para abrir as portas no continente europeu com uma filial em Lisboa no final deste ano. Com 28 anos no mercado e cerca de 200 funcionários, a empresa decidiu se internacionalizar apenas quando acreditou ter uma boa gestão empresarial no Brasil.

O interesse dos turistas brasileiros por Portugal e a questão do idioma foram fatores importantes para a escolha por Lisboa. Mas a empresa não quer parar aí: "Portugal é apenas uma porta de entrada para o continente europeu", explica Aroldo Schultz, dono da operadora. Segundo ele, sendo a Europa um dos destinos mais procurados por seus clientes, a abertura da filial vai ajudar a aproximá-lo de fornecedores e estabelecer novos contatos.

Schultz adianta também que a expansão está apenas no começo e que a empresa pretende iniciar operações na América do Sul. "A internacionalização é um avanço imenso. Essa empresa nasceu no meu quarto. É algo fantástico ir para o Velho Continente, uma realização", diz.

A internacionalização de uma empresa pode acontecer de várias maneiras. "Geralmente, é um processo, não acontece de uma vez só. Começa com a experiência com exportação, passa para um representante e eventualmente a empresa pode abrir filiais em outro país", explica Juarez Leal, coordenador de Estratégia de Internacionalização da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

De acordo com Leal, entrar no mercado externo ajuda a aumentar a presença junto a clientes e fornecedores, e gera maiores oportunidades de crescimento. A internacionalização não é, porém, um processo simples – é necessário pesquisar, se adaptar, ter cuidados legais e financeiros, e investir muito tempo e dinheiro.

Para começar, é necessário pesquisar detalhadamente as práticas comerciais do país onde a empresa quer atuar, pensando em questões legais, financeiras, tributárias e de recursos humanos. "Uma das maiores dificuldades é a parte de gestão, são muitos detalhes. Alguns empresários começam sem ter prática para lidar com tudo isso", explica Leal.

Por isso, uma das recomendações é procurar agências, núcleos ou consultores que já tenham experiência em comércio exterior para orientar as melhores condutas para passar por esse processo. Outras fontes importantes são consulados e câmaras de comércio.

Questão de estratégia

Coordenadora do Centro de Internacionalização da FAE, Andrea Levek diz que os empresários devem fazer uma boa pesquisa antes de levar sua empresa para o exterior. Confira as dicas da especialista:

Cultura e religião

Diferenças culturais e religiosas podem ser barreiras importantes para o negócio no mercado externo.

Logística

É preciso identificar condições e valores para transporte de mercadorias e matérias-primas, que impactam diretamente no custo da operação.

Câmbio

Além da cotação da moeda, é necessário pensar em como serão realizadas as transações financeiras entre os países.

Política

O risco-país é um indicador importante na hora de avaliar o mercado externo. Crises políticas ou guerras podem prejudicar acordos e negócios, e aumentam muito o risco do investimento.

Setores tributário e legal

Pesquisar as regras de comércio exterior e os impostos cobrados em outro país são essenciais para definir a estratégia da empresa lá fora.

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