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Inspiração

As lições de três países da Ásia

Pequenos e médios empresários podem aprender com a cultura empreendedora da Coreia do Sul, Malásia e Cingapura

Cingapura tem área pouco menor que de duas cidades de Curitiba e hoje é o melhor lugar para fazer negócios no mundo | TimChong/Reuters
Cingapura tem área pouco menor que de duas cidades de Curitiba e hoje é o melhor lugar para fazer negócios no mundo (Foto: TimChong/Reuters)

Viajar para o exterior pode render mais que fotografias em pontos turísticos. Pequenos e médios empresários podem aproveitar o passeio para saber como se faz negócios em outros países e quais as ferramentas de gestão são necessárias para ter sucesso. Não necessariamente vender para outros países, mas aprender com eles, observando como a sua cultura e história influenciaram a sua economia.

O diretor-superintendente do Sebrae-PR, Allan Marcelo de Campos Costa, realizou, no ano passado, missões técnicas para três países asiáticos cujo ambiente de negócios para micro e pequenas empresas pode dar exemplos aos empresários brasileiros: Coreia do Sul, Malásia e Cingapura.Na palestra "Um olhar sobre a Ásia" o diretor-superintendente do Sebrae-PR pontua alguns aprendizados para o ambiente de negócios brasileiro. "É importante ver como a cultura e a história do país reflete na maneira de abrir e gerir empresas no exterior. São esses pontos que fazem o ambiente econômico se tornar fértil", ressalta Costa.

Coreia do Sul

Após a sua independência do Japão, em 1945, a Coreia do Sul era um país pobre, com renda per capita comparável a países subsaarianos, sem recursos naturais e tecnológicos, além de estar em clima de tensão com a Coreia do Norte. Para mudar o cenário, a estratégia adotada foi importar matéria-prima, agregar valor ao produto e exportar para os demais países, com base em investimentos em educação, tecnologia, competitividade e internacionalização.

Competitividade para fora, cooperação para dentroAs pequenas e médias empresas focam no mercado estrangeiro, mesmo sem competir em outros países, para atingirem um grau de excelência que blinde a chegada de concorrentes ao mercado nacional. No país, cooperam uma com as outras para crescer.

A falha é a mãe do sucessoSul-coreanos entendem que é errando que se consegue avançar, aprendendo com os erros e melhorando seus produtos e serviços.

A empresa só cresce através da inovaçãoEmpresários da Coreia do Sul já têm arraigados a seu jeito de fazer negócio a busca pela inovação para ganhar espaço no mercado internacional.

MalásiaA Malásia vivia no passado conflitos étnicos e convivia com a pobreza. O Estado malaio precisava harmonizar os problemas entre as diferentes etnias e gerar emprego e renda, por isso criou planos de vinte anos para internacionalizar a economia do país. Em 1991, outro plano foi lançado: em 2020 a Malásia seria um país desenvolvido. Com foco no investimento em pequenas empresas competitivas e inovadoras e apetite pelo mercado internacional, empresários do país estão alinhados e comprometidos com a meta de desenvolvimento nacional.

As pequenas e médias empresas do país utilizam indicadores padronizados e unificadosMétricas são usadas sempre que agreguem valor ao cliente. Os empreendimento têm como foco o desenvolvimento do país.

Pequenas empresas muitas vezes querem continuar pequenasO desejo não é crescer de tamanho, mas em se tornar cada vez mais competitivas. Rentabilidade importa mais que faturamento.

Foco na bolsa de valoresAs pequenas empresas malaias, assim que se estabelecem, já ficam de olho na abertura de capital.

Cingapura

O país, com área pouco menor que de duas cidades de Curitiba, foi separado da Malásia e não contava com recursos naturais e perspectivas. O país, então, encontrou sua vantagem competitiva: a sua localização privilegiada, que a faz um dos mais importantes entrepostos portuários do planeta. O singapurense tem uma pergunta-chave: para que serve? Com base neste raciocínio, o país se tornou o melhor lugar do mundo para se fazer negócios. Dez mil regras que não serviam ao desenvolvimento do país foram extintas.

Formação de altíssimo nível dos pequenos e médios empresáriosEmpreendedores do país vão às melhores escolas de negócios do mundo com ajuda do Estado, em um processo de internacionalização que começa na universidade.

Diagnóstico único de indicadores de pequenas empresasOs empreendimentos são medidos e o grau de competitividade comparado.

Na Singapura não há startups. Há startup inovadoraO governo do país investe em startups inovadoras, com financiamento público. Quem for apenas startup, deve conseguir recursos junto a bancos privados. Com isso, o governo direciona as ideias à inovação.

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