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Wilson Justino chegou a perder mais de R$ 1 milhão em um roubo de joias | DIvulgação
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Wilson Justino chegou a perder mais de R$ 1 milhão em um roubo de joias| Foto: DIvulgação Cebrac

Na primeira vez em que perdeu tudo, Wilson Justino tinha 18 anos. Ele tinha uma pequena fábrica de joias, em São Paulo, quando foi assaltado. Os bandidos levaram o equivalente a R$ 1 milhão em valores de hoje. Justino teve de fechar a loja, para cobrir o rombo.

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Mas este não foi o último perrengue na vida profissional de Justino, que começou a trabalhar muito cedo, aos 12 anos. Era o início dos anos 1970, e uma fábrica de sapatos na Penha trazia a placa "precisa-se de menor". Foi ajudante, sapateiro e balconista antes de abrir a tal joalheria que foi roubada.

Para se recuperar, Justino foi trabalhar em uma área completamente nova: a informática. Ele era vendedor de cursos em uma escola, e um belo dia pediu ao dono se não poderia abrir uma filial. O chefe deixou.

A primeira filial que ele abriu ficava em Poços de Caldas, em Minas Gerais. Em poucos anos, tinha mais de 10. Era uma época de pouca oferta e muita procura (os computadores estavam começando).

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Aí veio o Plano Bresser. E ele perdeu (quase) tudo, de novo. "Você transformava em URP, e era terrível. O aluno pagava [o equivalente a] R$ 100 de mensalidade, num curso de 12 meses. E todo mês, a gente tinha que converter este valor, que ia reduzindo. Na última parcela a gente estava praticamente devendo para o aluno".

A escola não chegou a fechar. Como o apelo pelo ensino da informática ainda era enorme, foi possível reconstruir as finanças. E eis que chegou o Plano Collor...

Eu fiquei sem nada. Pensei 'vou desistir, acabar com isso. O que eu faço?!' Mas aí vi que não tinha jeito, era o que eu gostava de fazer. Resolvi vender as coisas, salvar o que tinha para salvar, e ir à luta.

Em 1995, Wilson Justino cria uma nova marca. O Cebrac nasceu da seguinte sacada: o ensino da informática está saturado, é hora de ofertar cursos profissionalizantes “informatizantes”.

As aulas de contabilidade e secretariado foram "um sucesso total". O Cebrac ficava em Ourinhos, mas logo outros empresários começaram a pedir para usar a marca em suas cidades.

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No início dos anos 2000, quando virou uma franquia "oficial", já eram mais de 40 unidades espalhadas pelo país. Hoje, são mais de 100. E 50 novos contratos estão fechados para a abertura de unidades nos próximos cinco anos. A sede da empresa, atualmente em Londrina, fica em um prédio de oito andares, com mais de 150 funcionários.

Período difícil, mas promissor

Os últimos anos não foram dos mais fáceis. O número de unidades abertas diminuiu. Mas a procura dos alunos aumentou, já que "com a crise o pessoal busca se qualificar". Além disso, hoje há concorrentes por toda a parte. Inclusive na tela do celular.

Aos 57 anos, Wilson se vê mais uma vez na saia justa de ter de inovar para seguir em frente. Hoje, ele aposta em duas frentes. Na pedagógica, quer lançar novos cursos, adequados às necessidades contemporâneas. Na área comercial, o Cebrac vai lançar em breve um modelo de franquia compacto, menor e mais barato, que pode facilitar o crescimento em lugares onde o aluguel é muito caro.

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