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Oliveira: lojas-laboratório testam mudanças no negócio | Osmar Nunes/Gazeta do Povo
Oliveira: lojas-laboratório testam mudanças no negócio| Foto: Osmar Nunes/Gazeta do Povo

Planeja­mento

O empreendedor precisa ter na ponta do lápis os custos da empresa para conhecer sua margem de lucro.

Persis­tência:

Sonhar um sonho pequeno ou grande dá o mesmo trabalho. Ser persistente e obstinado ajuda a chegar ao objetivo.

Avalie o cenário

Fique atento às oportunidades que podem surgir no comportamento da sociedade e nas mudanças legislativas, por exemplo.

Plane­je-se para a baixa

Nem sempre a empresa vai estar em alta. Esteja preparado financeiramente para aguentar momentos de crise.

Mude, para crescer

Pondere quando é necessário fazer mudanças gerenciais e no formato do negócio, para seguir sustentável.

As oportunidades de negócio estão em todo lugar. Por mais clichê que possa parecer a frase, há exemplos de empresários que provam que a sentença é verdadeira. André Oliveira, presidente da CredFácil, agência de empréstimos financeiros com sede em Umuarama, no Noroeste do Paraná, mostra que a observação de mudanças no cenário econômico pode trazer grandes ideias. A dele trouxe um faturamento de R$ 25 milhões no ano passado.

Um momento em que viu oportunidades foi na crise. Vindo de família humilde, o primeiro negócio do empresário, aos 12 anos, foi a venda de geladinhos. Tudo porque não tinha dinheiro para comprar o presente de aniversário que a mãe desejava: um jogo de jarra e copos de vidro. "Ela sempre fazia geladinhos e eu pedi que ela fizesse a mais para eu vender. Fiz cálculos de quantas unidades eu precisaria vender para conseguir comprar o presente da minha mãe, avaliando a margem e o ponto de equilíbrio", relembra.

Oliveira recorda que enquanto vendia geladinhos, parava em frente a uma agência bancária de Umuarama e ficava deslumbrado com o vai-e-vem de pessoas engravatadas. "Eu parava ali e pensava ‘um dia eu terei um banco’. Quando tinha 25 anos, então abri um ‘minibanco’", conta.

Em 2004, quando trabalhava como operador de crédito em um banco, viu uma oportunidade no momento em que as instituições bancárias criaram a figura do correspondente bancário. Largou o emprego, investiu R$ 15 mil e fundou a CredFácil. Em apenas um ano, abriu 20 lojas, todas no interior do Paraná, e faturou seu primeiro milhão.

Quatro anos mais tarde, entretanto, a crise financeira internacional fez com que amargasse prejuízos de R$ 100 mil e o obrigou a fechar 16 das 20 lojas. "Foi um desespero total, eu dependia da economia. Tive que demitir quase 60 funcionários e quase quebrei. Foi um período difícil, cheguei a pensar em ir para outros negócios", conta.

O que fez com que a CredFácil suportasse o período de crise foi uma reserva financeira que Oliveira havia feito. "Fiz um planejamento para suportar um período de baixa de seis meses. Essa reserva me sustentou", ressalta.

A crise abriu novos horizontes a Oliveira, a quem "faltavam braços" para gerenciar todas as unidades. Avaliou a opção de abrir franquias do seu negócio e logo já havia dez unidades. Por falta de conhecimento do mercado, porém, quase todas fecharam logo no primeiro ano. Mais tarde então, após investir R$ 150 mil no modelo, conseguiu estruturar um formato que fosse compatível com a realidade da empresa. "Com o modelo, pude crescer de forma sustentável, sem risco, e fortalecer a marca", explica.

Parte das lojas serve de laboratório de novidades

Hoje a rede CredFácil é a maior rede de franquias de crédito, com 72 unidades espalhadas por 13 estados e um faturamento de R$ 25 milhões em 2012. Em 2013, a meta é abrir 20 novas lojas; em 2014, mais 40.

Para continuar crescendo, o empresário mantém quatro lojas próprias que servem como um verdadeiro laboratório para o grupo. Localizadas em Umuarama, Cruzeiro do Oeste, Iporã e Nova Esperança, todas no noroeste do estado, as lojas são piloto para melhorias. "Elas vendem muito bem e trazem lucro. Além disso, preciso de lojas-modelo, para dar treinamento. Faço mudanças nelas e se dá certo levo para as demais unidades. Elas dão segurança ao modelo de negócios", salienta.

Formado em Adminis­tração, com MBA em Gestão Empresarial e pós-graduação em Controladoria, Oliveira estudou as deficiências no atendimento dos bancos – como a falta de tempo dos operadores de crédito para ouvir as histórias de aposentados, por exemplo – para trazer diferenciais para a sua empresa. "Pretendemos encerrar o ano de 2014 presentes em todos os estados do país", diz Oliveira.

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