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ENTRETENIMENTO

Fiação de seda do Paraná veste Moisés em “Os Dez Mandamentos”

Trajes do povo hebreu na novela da Record foram confeccionados com tecidos da maringaense O Casulo Feliz

Moisés, prestes a abrir o Mar Vermelho: empresa paranaense pega carona no sucesso da novela. | Divulgação/Record
Moisés, prestes a abrir o Mar Vermelho: empresa paranaense pega carona no sucesso da novela. (Foto: Divulgação/Record)

Os hebreus levam uma vida dura em “Os Dez Mandamentos”, mas vão se livrar da escravidão trajando peças de seda de até R$ 250 o metro quadrado. O figurino de Moisés e seu povo na novela da Record foi confeccionado com 840 tecidos da fiação artesanal O Casulo Feliz, de Maringá, no Norte do Paraná.

O fornecimento para o folhetim bíblico não é o primeiro nem o maior contrato da empresa paranaense com a Record. A fiação já preparou peças para outras séries “épico-religiosas” da emissora, como “Sansão e Dalila”, “José do Egito” e “Milagres de Jesus”. Para “Rei Davi”, foram mais de mil tecidos, entre elementos da ambientação e trajes de personagens. Mas nenhuma dessas produções alcançou tamanha projeção.

“Os Dez Mandamentos” é um fenômeno de audiência. Nesta semana, a novela chegou a superar a Globo nas principais praças do país, e se aproxima do que promete ser seu ápice – o episódio da travessia do Mar Vermelho, que, segundo a assessoria da emissora, será exibido na segunda-feira (9). A cena da abertura do mar, a mais cara já gravada pela Record, custou R$ 1 milhão e empregou cerca de 400 figurantes, boa parte deles usando a seda da Casulo Feliz.

Feliz com o Ibope da novela, o dono da fiação, Gustavo Rocha, já prepara os mostruários para “Josué e a Terra Prometida”, que a Record começa a filmar em meados do ano que vem. “Os tecidos rústicos que produzimos, com fibras naturais, tingimento vegetal e tear manual, dão um belo casamento com histórias épicas”, diz o empresário.

Peças inimitáveis

Formado em Zootecnia, Rocha viu na matéria-prima rejeitada pelas fiações tradicionais uma oportunidade de negócio. Sua empresa, instalada no chamado Vale da Seda, compra casulos de bicho-da-seda defeituosos que, depois de beneficiados, são vendidos por mais que o dobro do preço da seda tradicional. As pequenas imperfeições, explica, fazem de cada peça uma peça inimitável e, portanto, exclusiva.

A seda tecida pelos 25 funcionários da fiação já abasteceu produções da Globo e está no catálogo de grifes como Osklen, Animale, Cantão, Cris Barros e Vanessa Montoro. Segundo Rocha, cerca de 70% do faturamento anual – próximo de R$ 2 milhões – vem da área de moda, 15% tem origem em peças de decoração e os 15% restantes, de parcerias com a televisão.

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