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Bettina (de amarelo), Laiane (ao centro) e Paula: administradoras no diploma, empresárias na prática | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Bettina (de amarelo), Laiane (ao centro) e Paula: administradoras no diploma, empresárias na prática| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Bettina Seleme, Paula Buffara e Laiane Busato são empresárias há menos de cinco meses. Abriram um salão de beleza em dezembro de 2012, que hoje recebe cerca de 290 pessoas por semana. A ideia do negócio nasceu quando as três ainda eram estudantes de Administração e faz parte de uma tendência cada vez mais forte: o universitário brasileiro quer empreender.

O conceito do salão – de oferecer serviços estéticos, como manicure e depilação, sem o incômodo barulho dos secadores – nasceu em sala de aula, mas foi aperfeiçoado após a formatura. As três passaram um ano estudando o mercado até tirar o projeto do papel. O resultado foi um salão de beleza confortável, tranquilo e que atende, segundo Bettina, "desde menininhas de três anos até senhoras de idade".

Na academia

O coordenador do Núcleo de Empregabilidade e Empreendedorismo da FAE, Samir Bazzi, foi professor das meninas e acredita que o sucesso dos estudantes e recém-formados em negócios próprios se deve à institucionalização deste campo na grade curricular. "É fundamental que haja disciplinas obrigatórias para tratar só de empreendedorismo", explica.

Um estudo recente da Endeavor, organização internacional de fomento ao empreendedorismo, revela que 76,1% das universidades brasileiras oferecem matérias específicas para o tema – a média mundial é de apenas 24,8%.

O levantamento aponta ainda que seis em cada dez universitários gostariam de ter a própria empresa no futuro. Cleverson Renan da Cunha, professor de empreendedorismo da UFPR, observa esta realidade entre os alunos. "Atualmente, 15% dos meus alunos já têm negócio próprio antes mesmo de se formarem".

Cunha avalia que o estudante brasileiro passou a se arriscar mais. "Hoje eu sinto que o universitário perdeu o medo de apostar em coisas novas. Claro que ninguém sai jogando dinheiro fora, mas o número de investimentos tem crescido", observa. "É necessário que tentem, e se preciso, errem. Essa prática é o que estimula o empreendedorismo como um todo", defende.

Potencial é maior em certas graduações

Quem estuda Economia e Administração tem um ambiente mais propício ao empreendedorismo. Ainda assim, a Endeavor mostra que estudantes da área de exatas, como engenharias (62,7%) e Física (56%), e de humanas, como Arquitetura (65,6%) e Direito (56,3%), apresentam tendência semelhante aos de Administração (65,7%) para abrirem seu próprio negócio.

Dicas

Para complementar o aprendizado da faculdade, os especialistas recomendam as dezenas de cursos do Sebrae (disponíveis em www.eadsebrae.com.br); o engajamento em empresas juniores; e ainda a leitura de bons livros sobre empreendedorismo -- veja uma lista de títulos no site da Gazeta: bit.ly/11gCyfq

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