
O desempenho do empresário Cauê Suplicy no setor de alimentos pode mudar um velho ditado sobre o ritmo de vendas de determinado produto. Em vez de vender como pão quente, agora pode-se vender como banana seca. O quitute orgânico virou um negócio de sucesso nos Estados Unidos, com previsão de faturamento de US$ 2,5 milhões em 2014, e US$ 15 milhões no ano que vem.
A ideia de empreender com o petisco rico em potássio que Suplicy consome desde criança surgiu diante do sucesso que a fruta fazia entre os colegas atletas que o acompanhavam durante o treinamento para competições de triatlo. O rapaz mudou-se para os EUA em 2001, para intensificar o preparo para a modalidade, e sempre que voltava ao Brasil, levava banana seca na bagagem. "Era um produto só encontrado aqui, sem similar nos Estados Unidos. Quando percebi o sucesso de outras matérias-primas naturais no país, como o açaí e a água de coco, vi que tinha um grande potencial", conta.
A pesquisa para tornar o produto aceitável para o mercado americano começou em 2009. Durante três anos, Suplicy fez diversos testes para reproduzir em escala o que já tinha conseguido na cozinha de casa para tornar o aspecto da banana desidratada mais atraente. Cortada em cubos e envolta em farinha da fruta, ela tornou-se prática e apetitosa e foi lançada no mercado em março de 2012 com o nome de Barnana.
Logística
Os snacks de banana são produzidos com fruta orgânica e este é o desafio permanente da empresa: identificar fornecedores com certificação de origem. Hoje em dia, Suplicy compra a matéria-prima do Peru e do Equador, além de outros países da América Central, mas pesquisa produtores no Brasil.
Para atender a produção atual, são necessárias 110 toneladas de banana processada por mês. A fruta é desidratada no país de origem para otimizar o transporte: um container de banana seca contém dez da fruta in natura.
O modelo de negócio da Barnana foi fundamental para o sucesso do empreendimento.
Suplicy não tem uma unidade fabril de beneficiamento do produto. Ele licencia a produção para três indústrias diferentes.
"São linhas distintas, que exigiriam um investimento inicial muito grande para colocar o produto no mercado. A licença me dá mais flexibilidade para criar outros produtos e trabalhar no mesmo sistema com quem já detém a expertise da produção", explica.
Expansão
Além do snack, a equipe da Barnana desenvolve pesquisas para criar outros quitutes com a mesma matéria-prima. "Banana vende mais do que qualquer outra fruta nos Estados Unidos", conta Cauê Suplicy. No plano de negócios, a empresa está sendo construída para ser a líder mundial de produtos à base de banana e abocanhar parte dos US$ 65 bilhões que o mercado de orgânicos movimenta no planeta.



