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Único setor que abriu vagas em junho foi a agricultura, que terminou com saldo positivo de 44,7 mil postos: no ano já são 83,4 mil. | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Único setor que abriu vagas em junho foi a agricultura, que terminou com saldo positivo de 44,7 mil postos: no ano já são 83,4 mil.| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

O mercado de trabalho no Brasil registrou a perda total de 345,4 mil empregos formais no acumulado do primeiro semestre de 2015, segundo dados com ajuste sazonal do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, divulgados nesta sexta-feira (17). Entre janeiro e junho foram 9.819.178 admissões e 10.164.595 desligamentos.

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Os setores que mais fecharam postos de janeiro a junho foram comércio (181,9 mil vagas), indústria de transformação (162,4 mil vagas) e construção civil (134,5 mil vagas). Na contramão, agricultura (83,5 mil postos) e serviços (43,1 mil vagas) registraram resultados positivos nos primeiros seis meses do ano.

Somente no mês de junho, houve uma redução de 111,2 mil vagas em todo país. O resultado é o mais baixo para o mês desde o início da série histórica do Caged, iniciada em 1992, quando a redução de vagas chegou a 3.738. Este foi o terceiro mês consecutivo de redução de vagas com carteira assinada no país, o que ressalta o momento frágil da economia brasileira.

Rio de Janeiro

A um ano dos Jogos Olímpicos, o mercado de trabalho do Rio de Janeiro está longe do aquecimento previsto para uma cidade que se prepara para receber o maior evento esportivo do mundo. De mais de 5 mil municípios no país acompanhados pelo Caged, a capital fluminense é a que mais fechou empregos formais no ano. Foram 36,6 mil empregos líquidos fechados (contratações menos demissões) no primeiro semestre. Somente em junho, o Rio perdeu 2.554 empregos formais.

A taxa de desemprego, medida pela Pnad Contínua, do IBGE, alcançou 8,1% no trimestre encerrado em maio. O fechamento de vagas formais de trabalho em junho é semelhante ao observado em maio, quando a redução foi de 112,4 mil empregos celetistas, na série com ajuste sazonal.

Dentre os principais setores nos quais houve perda de vagas estão a indústria da transformação (que diminuiu 64.228 postos), serviços (retração de 39.130) e o comércio (menos 25.585). O governo atribui o encolhimento no setor de serviços ao recuo de quatro atividades: comércio e administração de imóveis, ensino (por motivo sazonal relacionado ao ciclo escolar), serviços de transportes e comunicações.

O único setor que abriu vagas em junho foi a agricultura. Foram criados 44,7 mil postos de trabalho no mês, resultado superior ao registrado em junho do ano passado. Segundo o Ministério do Trabalho, a demanda veio da cultura do café e da laranja, que estão em período de safra.

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Na lista dos estados em que mais houve perda de vagas com carteira assinada, São Paulo aparece no topo. A redução chegou a 52.286 postos, a mais acentuada do país. O Rio Grande do Sul aparece em seguida, com fechamento de 14.013 vagas. Depois vem o Paraná, que perdeu 8.893 e Santa Catarina, com 7.922.

Destaques positivos para os estados de Minas Gerais, que criou 9.746 vagas, Mato Grosso, com 3.602 novas oportunidades com carteira assinada, o Maranhão, com 2.001 e Goiás, com 3.602.

Salários

Segundo o Caged, os salários médios de admissão também apresentaram queda real, de 1,63% em relação ao mesmo semestre de 2014. O valor médio inicial para contratação foi de R$ 1.271, em 2014, para R$ 1.250, em 2015.

Há também diferenciação por gênero. Queda real de 1,87% nos salários quando tratada a admissão de homens e de 0,86% nas admissões de mulheres.

“Quadro se deteriora de forma dramática”, diz economista

  • são paulo

A situação atual do mercado de trabalho no Brasil vem se deteriorando de forma dramática, mas essa trajetória não é nenhuma surpresa, na avaliação do economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Camargo Rosa. “Está em linha com o que estamos projetando, não é surpresa, até porque a deterioração progressiva do mercado de trabalho é fruto do ajuste”, disse. “Está ficando lugar comum, todo mês é o pior resultado para o mês na série histórica”, acrescentou.

Para Camargo Rosa, ainda não é possível ver sinais de uma recuperação no mercado de trabalho, pois o quadro “ainda está no início”. “A economia está passando por um ajuste significativo fruto dos erros cometidos na política econômica num passado recente”, afirmou. “O quadro vai se prolongar e consequentemente não vejo o mercado de trabalho se recuperando tão rápido.”

Com recuo de 5,8%, emprego industrial tem maior queda desde 2009

  • rio de janeiro

O emprego na indústria voltou a recuar em maio, numa sequência de três anos e oito meses de quedas na base de comparação anual. A diminuição do total de pessoal ocupado foi de 5,8% ante o mesmo mês de 2014, a mais intensa desde fevereiro de 2009. Com isso, a quantidade de pessoas empregadas chegou ao ponto mais baixo da série histórica do IBGE, iniciada em dezembro de 2000.

A pesquisa mostra ainda que o total de pessoal ocupado na indústria em maio ficou 11,7% abaixo do pico histórico, registrado em julho de 2008. Em junho de 2009, quando havia influência da crise internacional, o porcentual era 7% menor de quando atingiu o nível máximo de pessoas empregadas. “Uma sequência grande de taxas negativas em relação ao mês anterior mostra uma intensificação mais evidente da perda do trabalho do setor industrial”, diz o economista Rodrigo Lobo, do IBGE.

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