O emprego na indústria em junho não acompanhou a pequena melhora da produção no mês e registrou a quarta queda consecutiva e a pior desde dezembro de 2009 quando comparado a igual período do ano anterior. Segundo pesquisa do IBGE, a queda foi de 0,2% em relação a maio e de 1,8% ante junho de 2011. Em junho, a produção industrial parou de cair e variou positivamente para 0,2%. As horas pagas, tidas como um indicador da intenção do empresariado em contratar, também registraram a quarta queda consecutiva, de 0,3%, ante maio. Ante junho de 2011, a queda foi de 2,6%.
"Os resultados obtidos refletem em grande parte o menor dinamismo que marca a produção industrial nos últimos meses. Ambas as pesquisas têm grande aderência entre si", disse o economista do IBGE Rodrigo Lobo. O principal impacto negativo sobre o índice nacional foi registrado em São Paulo. No estado, a queda foi de 3,5%, impulsionada por resultados ruins em 14 dos 18 setores investigados na pesquisa feita pelo instituto.
Eletrônicos
Os piores resultados aconteceram nas indústrias de produtos de metal (-14,7%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-10,2%), metalurgia básica (-16,9%), transporte (-4,2%), vestuário (-8,7%) e têxtil (-8,2%). "Esses setores estão sendo impactados pelo câmbio ainda valorizado, além de outras razões como o "custo Brasil e os efeitos da crise global", disse Mauro Rochlin, professor de Economia do Ibmec. Lobo, do IBGE, afirmou ainda que a queda nas horas pagas foi maior que a na ocupação do pessoal na indústria, o que pode indicar lentidão nas contratações. "O empresariado está em ritmo de espera do aumento substancial da produção para voltar a contratar. Enquanto isso, usa a mão de obra existente e poderá aumentar a quantidade de hora extra."
"Acredito que os resultados da produção industrial em julho serão melhores que os de junho, e a geração de emprego na indústria poderá ter uma pequena retomada", disse o professor de economia do Ibmec.



