
A economia dos Estados Unidos deu um sinal de vida com a criação de 162 mil empregos em março. O número é o maior em três anos e apenas o terceiro resultado positivo desde que começou a recessão, no fim de 2007. O mercado de trabalho é hoje o ponto de maior preocupação já que, apesar de o país ter retomado a estabilidade nos mercados financeiros, a atividade econômica não vinha sendo suficiente para gerar vagas que reponham os 8 milhões de postos fechados desde 2007.
O número divulgado ontem pelo Departamento do Trabalho deixou a taxa de desemprego estável em 9,7% pelo terceiro mês consecutivo. Apesar de positivo, ficou abaixo da expectativa de economistas do mercado, que esperavam algo em torno de 190 mil postos, e foi inflado pela contratação de mão de obra temporária para a elaboração do censo do país.
O mercado de trabalho tem atrasado a recuperação da economia norte-americana da pior recessão desde os anos 1930, criando um desafio político para o presidente Barack Obama. "O crescimento nos empregos é a última peça do quebra-cabeça. Nós precisamos de crescimento de empregos e do crescimento da renda de trabalho para termos uma recuperação econômica sustentável", disse Zach Pandl, economista da Nomura Securities International em Nova Iorque.
Na área de produção de bens, o setor manufatureiro criou 17 mil empregos em março, e o número de vagas na construção cresceu em 15 mil. O emprego no setor de serviços aumentou com a geração de 14,9 mil postos no varejo. O emprego estatal aumentou 39 mil, refletindo a contratação temporária para o censo do governo.
Reação
A Casa Branca classificou de "encorajador" o relatório mensal sobre emprego, mas avisou que ainda há um caminho difícil a ser percorrido e pediu por mais medidas para incentivar a criação de empregos no setor privado.
"Ao mesmo tempo que nós damos boas-vindas à notícia encorajadora, é óbvio que o mercado de trabalho americano continua severamente com dificuldades", disse Christina Romer, presidente do Conselho Econômico da Casa Branca, em um comunicado. "Mais ações com o objetivo de impulsionar a criação de empregos do setor privado são criticamente necessárias para garantir uma recuperação econômica mais rápida e difundida", disse ela.



