
A economia brasileira teve em novembro seu pior desempenho na geração de postos de trabalho com carteira assinada em 2011, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). As 42,7 mil vagas criadas em todo o país representam também o pior resultado para meses de novembro desde 2008, quando o saldo líquido ficou negativo em 40.821 em razão do estouro da crise econômica internacional. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foram criadas 138,2 mil vagas, a queda foi de 70%.Segundo o Ministério do Trabalho, o "modesto desempenho" decorreu da conjugação de fatores sazonais e conjunturais. O documento reconhece que os efeitos da crise internacional estão repercutindo com maior intensidade na indústria de transformação, que, nos últimos meses, demonstrou sinais de perda de dinamismo.
"Os números demonstram o que já temos observado, que é a desaceleração da economia. O mercado de trabalho começa a refletir a queda no PIB do segundo semestre, em especial no terceiro trimestre", avalia o economista Cid Cordeiro, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
Segundo ele, esse movimento já era previsto pelo Banco Central, que, em sua avaliação, soube se antecipar aos efeitos da crise ao iniciar o movimento de redução das taxas de juros em meados de agosto. "Naquele momento percebeu-se que a economia estava iniciando uma desaceleração. O BC adotou medidas para estimular a economia que já começam a diminuir o ritmo de desaceleração. A leitura do BC estava certa", diz.
Perspectivas
Para 2012, a expectativa do mercado financeiro é de que a economia cresça 3,4%, o que possibilitará a geração de novas vagas sem risco de aumento nas taxas de desemprego. A expectativa é de que esse índice fechará 2011 em torno de 6%, caindo meio ponto até o fim de 2012, para 5,5%.
Para Cordeiro, a construção civil, cujo total de empregados formais cresceu 12% em 2011, deve continuar criando vagas no ano que vem. "Os segmentos de comércio e serviços, que tem o crescimento pautado pelo mercado interno, também continuarão gerando novas vagas. Já a indústria e a agricultura, que vêm sofrendo com a crise e com o câmbio, devem ter resultados menos expressivos", prevê.
No acumulado de 2011, o país gerou mais de 2,3 milhões de empregos, um crescimento de 6,46% em relação ao estoque de vagas de dezembro de 2010. O resultado deste período foi o segundo melhor na série do Caged entre os anos de 2003 e 2011, atrás de 2010, quando foram gerados 2.918.549 empregos formais.
No acumulado dos últimos 12 meses, a geração de empregos com carteira assinada atingiu 1,9 milhão. O Paraná fica próximo à média nacional, com crescimento de 6,61% na mesma base de comparação o que representa 157 mil novos postos de trabalho no estado. A cidade de Curitiba, com 61,3 mil empregos criados de janeiro a novembro, apresentou crescimento de 6,21% no emprego formal no período.



