Uma combinação de notícias negativas no mercado internacional levou o principal índice da Bovespa ao pior dia em dois meses, na sessão também marcada pelo exercício dos contratos de opções sobre ações nesta segunda-feira (18).
Após ter chegado a testar o piso de 65 mil pontos, o Ibovespa recuperou-se levemente no final da tarde, antes de fechar em baixa de 1,9 por cento, 65.415 pontos. O giro financeiro da sessão somou 9,99 bilhões de reais. Desse montante, 2,45 bilhões de reais foram do exercício de opções.
O dia já prometia ser ruim desde o início, após a China ter elevado os níveis de depósitos compulsórios dos bancos pela quarta vez este ano, para tentar conter o ritmo da economia.
Na Europa, investidores também repercutiram declarações de autoridades econômicas da zona do euro de que a Grécia pode ser forçada a uma reestruturação de sua dívida e temores de que Portugal não receba ajuda financeira.
Mas o que parecia ruim ficou pior quando a agência de classificação Standard & Poor's avisou ter colocado o rating triplo A dos Estados Unidos em perspectiva negativa.
A S&P afirmou que os EUA são o único país desenvolvido que emergiu da crise sem um plano de contenção de gastos no médio prazo. "E problemas políticos no Congresso tornam difícil a criação desse plano, uma vez que democratas e republicanos têm ideias diferentes de como implementá-lo", comentou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves.
O índice também teve uma queda acentuada nesta segunda, puxada, principalmente, pelas ações da blue chip OGX Petróleo, do empresário Eike Batista - que caíram mais de 17%. A aversão ao risco no exterior, depois que S&P colocou o rating norte-americano em perspectiva negativa, e preocupações com a possibilidade de a Grécia solicitar uma reestruturação de dívida também minaram o humor de investidores.
Os papéis da OGX despencaram 17,25%, fechando o pregão desta segunda-feira a R$ 16,26. A queda foi reflexo da decepção do mercado com o relatório da certificadora DeGolyer and MacNaughton (D&M) sobre as reservas da companhia, divulgado na sexta-feira (15).
A queda do preço internacional do petróleo só piorou as coisas. Além de OGX, alvejou também o papel preferencial da Petrobras, que caiu 3,92 por cento, a 25,49 reais.
Alguns papéis de empresas mais ligadas ao mercado doméstico, contudo, tiveram um dia positivo.
CPFL Energia, a melhor do índice, subiu 3,76 por cento, a 47,17 reais. A empresa informou no domingo que está mantendo negociações com a produtora de energia renovável Ersa, dias após ter anunciado a compra de um conjunto de parques eólicos no Brasil por 1,56 bilhão de reais.



